São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2006

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Lula vence no 1º turno com 24 pontos sobre Alckmin

A 25 dias das eleições, petista tem 51%; tucano não cresce após ofensiva na TV

Ataques no horário eleitoral e más notícias na área econômica não afetaram desempenho do presidente, aponta pesquisa Datafolha


FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no horário eleitoral gratuito e as más notícias na economia divulgadas nos últimos dias não abalaram a candidatura do petista à reeleição. A 25 dias das eleições, ele consolidou suas chances de vencer já no primeiro turno.
Pesquisa Datafolha divulgada ontem revela que, em uma semana, Lula oscilou de 50% para 51% nas intenções de voto. Seu principal adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), se manteve com 27%.
Nos votos válidos, que definirão a eleição, Lula oscilou de 56% para 57%, um novo recorde. Alckmin ficou com 30%.
No conjunto, a taxa de votos em branco ou nulos (4%) e de indecisos (6%) desceu ao seu menor patamar, 10%.
A pesquisa mostrou também um esvaziamento da candidatura de Heloísa Helena (PSOL), que oscilou para baixo pela terceira vez seguida e agora tem 9%. Grande parte de seus eleitores, principalmente os mais instruídos, parece ter migrado para Lula.
Embora os números gerais do levantamento tenham mudado pouco, dentro da margem de erro, alguns pontos mostram um novo fortalecimento do petista.
Na pesquisa espontânea, na qual o eleitor cita sua preferência antes de receber a lista de candidatos, o presidente atingiu o recorde de 41%.
Lula também recuperou boa parte do terreno que vinha perdendo, até uma semana atrás, entre os eleitores mais ricos e escolarizados. Ganhou ainda novos pontos na região Sul.
Por fim, o petista teve um ganho expressivo, de nove pontos percentuais, entre os eleitores de municípios que têm entre 35 mil e 100 mil votantes.
Entre as más notícias econômicas dos últimos dias que não afetaram a candidatura Lula constam: a taxa de desemprego de julho (10,7%) subiu ao maior patamar em 15 meses; o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre cresceu pífio 0,5%; foram anunciadas, com grande repercussão, as demissões de 1.800 operários da Volks em São Paulo (a empresa agora recuou e voltou a negociar com os funcionários).

Escolaridade e renda
Lula ganhou seis pontos percentuais entre os eleitores com escolaridade superior, passando de 28% para 34% das intenções de voto. Aparentemente, o petista tirou votos de Heloísa Helena, que passou de 20% para 15%, a menor taxa obtida pela senadora nesse segmento desde junho. Alckmin apenas oscilou, de 37% para 36%.
Com esse movimento, a vantagem do tucano sobre Lula entre os eleitores mais escolarizados caiu, em uma semana, de nove pontos percentuais para apenas dois.
Entre os eleitores mais ricos, com renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos, a vantagem de Alckmin sobre o petista caiu de 13 para 3 pontos. Enquanto Lula passou de 29% para 35%, o tucano caiu de 42% para 38%.
Regionalmente, a variação mais significativa se deu no Sul, onde se registra a menor diferença entre os dois candidatos. Lula passou de 36% para 39%, enquanto Geraldo Alckmin oscilou dois pontos para baixo, de 35% para 33%.
Entre os demais candidatos na disputa presidencial, apenas Cristovam Buarque (PDT) e Ana Maria Rangel (PRP) pontuaram, com 1% cada.


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