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Sessão do conselho transcorre sem gritos
Quando a tensão ameaçou subir, Arthur Virgílio (PSDB-AM) mandou bilhete pedindo "calma" a relatores
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois do espetáculo de xingamentos, gritos e ameaças de
violência física da sessão da semana passada, os senadores
que compareceram ontem à
reunião do Conselho de Ética
pareciam empenhados em evitar novas cenas que maculassem a imagem da Casa. No único momento em que a tensão
ameaçava subir, o líder do
PSDB, Arthur Virgílio (AM),
usou seu habitual expediente
de bilhetinhos para pedir "calma" aos relatores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES).
A provocação à oposição partiu de Wellington Salgado
(PMDB-MG), um dos expoentes da tropa de choque renanzista. Num relatório alternativo em que tentou rebater ponto
a ponto o parecer pela cassação,
Salgado insinuou que os relatores deveriam responder por
quebra de decoro, por "deslealdade" e por terem mentido.
Virgílio sacou papel e caneta
e disparou: "O linguajar (mentiras etc.) está ficando forte". O
bilhete, encaminhado à Mesa
por um assessor, sugeria "muita calma" à dupla identificada
como "Marisa/Renato".
Dali para a frente, nada se viu
que pudesse rivalizar com os
gritos de "calma, boneca" disparados por Tasso Jereissati
(PSDB-CE) na semana anterior. Embora estivesse frente a
frente com o rival Almeida Lima (PMDB-SE), o tucano se
manteve quieto. Coube a Gilvam Borges (PMDB-AP) a única menção à briga. Quando Almeida citou senadores, tentando convencê-los a votar a favor
de Renan, o peemedebista interrompeu: "O senador Tasso
também". Todos riram.
A surpresa ficou para o final:
pouco antes da votação, em
"torpedos" trocados, senadores
da oposição ainda apostavam
que João Pedro (PT-AM) votaria pelo arquivamento. "Errei!",
disparou um deles, logo após o
voto "sim" do petista.
Ideli Salvatti (PT-SC) esqueceu sua pasta na sala. Entre as
anotações, Ideli rabiscou várias
vezes numa folha a palavra
"health" ("saúde", em inglês).
Assim como a líder petista, vários senadores pareciam aliviados com o fim das longas jornadas de três meses no conselho.
(VERA MAGALHÃES E SILVIO NAVARRO)
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