São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sessão do conselho transcorre sem gritos

Quando a tensão ameaçou subir, Arthur Virgílio (PSDB-AM) mandou bilhete pedindo "calma" a relatores

DO PAINEL, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois do espetáculo de xingamentos, gritos e ameaças de violência física da sessão da semana passada, os senadores que compareceram ontem à reunião do Conselho de Ética pareciam empenhados em evitar novas cenas que maculassem a imagem da Casa. No único momento em que a tensão ameaçava subir, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), usou seu habitual expediente de bilhetinhos para pedir "calma" aos relatores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES).
A provocação à oposição partiu de Wellington Salgado (PMDB-MG), um dos expoentes da tropa de choque renanzista. Num relatório alternativo em que tentou rebater ponto a ponto o parecer pela cassação, Salgado insinuou que os relatores deveriam responder por quebra de decoro, por "deslealdade" e por terem mentido.
Virgílio sacou papel e caneta e disparou: "O linguajar (mentiras etc.) está ficando forte". O bilhete, encaminhado à Mesa por um assessor, sugeria "muita calma" à dupla identificada como "Marisa/Renato".
Dali para a frente, nada se viu que pudesse rivalizar com os gritos de "calma, boneca" disparados por Tasso Jereissati (PSDB-CE) na semana anterior. Embora estivesse frente a frente com o rival Almeida Lima (PMDB-SE), o tucano se manteve quieto. Coube a Gilvam Borges (PMDB-AP) a única menção à briga. Quando Almeida citou senadores, tentando convencê-los a votar a favor de Renan, o peemedebista interrompeu: "O senador Tasso também". Todos riram.
A surpresa ficou para o final: pouco antes da votação, em "torpedos" trocados, senadores da oposição ainda apostavam que João Pedro (PT-AM) votaria pelo arquivamento. "Errei!", disparou um deles, logo após o voto "sim" do petista.
Ideli Salvatti (PT-SC) esqueceu sua pasta na sala. Entre as anotações, Ideli rabiscou várias vezes numa folha a palavra "health" ("saúde", em inglês). Assim como a líder petista, vários senadores pareciam aliviados com o fim das longas jornadas de três meses no conselho. (VERA MAGALHÃES E SILVIO NAVARRO)


Texto Anterior: Conselho de Ética aprova pedido para cassar Renan
Próximo Texto: Lula afirma que Renan é "problema do Congresso"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.