São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009

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outro lado

Para advogado, promotores estão "desmoralizados"

DO ENVIADO A RIBEIRÃO PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado José Roberto Manesco, que defende o deputado federal Antonio Palocci Filho (PT-SP) nas dez ações civis públicas e populares movidas em Ribeirão Preto, disse que a maioria "ainda está em fase inicial e nem deve ser aceita [pelo Judiciário]".
"A ação que tinha mais propaganda, o problema do lixo, o próprio procurador-geral da República pediu arquivamento. É um documento que desmoraliza os promotores de Ribeirão. O próprio "chefe" do Ministério Público diz que não tem nenhum indício contra Palocci", disse Manesco.
O advogado criticou os promotores: "A grande maioria das ações só apareceu depois que Palocci virou ministro. Resolveram que iriam ter seus 15 minutos de fama, sabe-se lá quais seriam suas intenções. (...) Eles entraram com ação até contra a contratação do arquiteto Oscar Niemeyer. Eles devem ter achado que Niemeyer não tem notória especialização".
O advogado José Roberto Batochio, que defendeu Palocci nos processos criminais no STF (Supremo Tribunal Federal), disse que "naturalmente" as decisões vão repercutir nos processos cíveis.
"Se o STF disse que nenhuma vinculação há de Palocci com essas irregularidades, maior é a razão para elas não virem a ser acolhidas", disse Batochio. "A imensa maioria dos temas que transitam na área cível de primeiro grau [sobre Palocci] repisa os mesmos temas que já foram apreciados pelo Supremo."
O ex-secretário de Governo de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto, Donizeti Rosa, atual gerente regional de Administração do Ministério da Fazenda em São Paulo, disse à Folha ver razões políticas nas ações contra ele e o ex-ministro. "O que aconteceu com Palocci, e que acabou nos atingindo, fez parte de um processo político. O Ministério Público, na época, agiu com motivação política. Até pela [importância da] figura do ministro."
Localizado por telefone em Belo Horizonte, Rogério Buratti não fez comentários. "Não quero falar, não. Estou tentando tocar minha vida."
O ex-prefeito Gilberto Maggioni (ex-PT e agora PTB) deu entrevista à Folha em sua empresa de tintas em Ribeirão Preto, na qual alegou sua inocência, mas horas depois ligou para a reportagem para pedir que as declarações não fossem publicadas.
O ex-assessor Nelson Colela foi procurado na Associação Comercial de Ribeirão, mas não foi encontrado. Também não foi localizado Ademirson Ariovaldo da Silva, ex-chefe de gabinete de Palocci no Ministério da Fazenda. Vladimir Poleto foi procurado em sua casa, em Ribeirão, mas não foi localizado. A família disse que ele estava em viagem.
O advogado Renato Martins, defensor de Wilney Barquete, disse que a denúncia do Ministério Público é "inepta" porque não descreve qual teria sido a participação de seu cliente no suposto esquema. "Por isso não há como defender-se", alegou o advogado. Disse que, se não há provas contra Palocci, acusado pela Promotoria de receber propina, também não há de que alguém a entregou.
Os promotores de Ribeirão Preto preferiram não comentar o assunto. (RP e RV)


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