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outro lado
Para advogado, promotores estão "desmoralizados"
DO ENVIADO A RIBEIRÃO PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado José Roberto
Manesco, que defende o deputado federal Antonio Palocci
Filho (PT-SP) nas dez ações civis públicas e populares movidas em Ribeirão Preto, disse
que a maioria "ainda está em
fase inicial e nem deve ser aceita [pelo Judiciário]".
"A ação que tinha mais propaganda, o problema do lixo, o
próprio procurador-geral da
República pediu arquivamento. É um documento que desmoraliza os promotores de Ribeirão. O próprio "chefe" do Ministério Público diz que não
tem nenhum indício contra Palocci", disse Manesco.
O advogado criticou os promotores: "A grande maioria das
ações só apareceu depois que
Palocci virou ministro. Resolveram que iriam ter seus 15 minutos de fama, sabe-se lá quais
seriam suas intenções. (...) Eles
entraram com ação até contra a
contratação do arquiteto Oscar
Niemeyer. Eles devem ter
achado que Niemeyer não tem
notória especialização".
O advogado José Roberto Batochio, que defendeu Palocci
nos processos criminais no
STF (Supremo Tribunal Federal), disse que "naturalmente"
as decisões vão repercutir nos
processos cíveis.
"Se o STF disse que nenhuma
vinculação há de Palocci com
essas irregularidades, maior é a
razão para elas não virem a ser
acolhidas", disse Batochio. "A
imensa maioria dos temas que
transitam na área cível de primeiro grau [sobre Palocci] repisa os mesmos temas que já foram apreciados pelo Supremo."
O ex-secretário de Governo
de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto, Donizeti Rosa,
atual gerente regional de Administração do Ministério da Fazenda em São Paulo, disse à Folha ver razões políticas nas
ações contra ele e o ex-ministro. "O que aconteceu com Palocci, e que acabou nos atingindo, fez parte de um processo
político. O Ministério Público,
na época, agiu com motivação
política. Até pela [importância
da] figura do ministro."
Localizado por telefone em
Belo Horizonte, Rogério Buratti não fez comentários. "Não
quero falar, não. Estou tentando tocar minha vida."
O ex-prefeito Gilberto Maggioni (ex-PT e agora PTB) deu
entrevista à Folha em sua empresa de tintas em Ribeirão
Preto, na qual alegou sua inocência, mas horas depois ligou
para a reportagem para pedir
que as declarações não fossem
publicadas.
O ex-assessor Nelson Colela
foi procurado na Associação
Comercial de Ribeirão, mas
não foi encontrado. Também
não foi localizado Ademirson
Ariovaldo da Silva, ex-chefe de
gabinete de Palocci no Ministério da Fazenda. Vladimir Poleto foi procurado em sua casa,
em Ribeirão, mas não foi localizado. A família disse que ele estava em viagem.
O advogado Renato Martins,
defensor de Wilney Barquete,
disse que a denúncia do Ministério Público é "inepta" porque
não descreve qual teria sido a
participação de seu cliente no
suposto esquema. "Por isso não
há como defender-se", alegou o
advogado. Disse que, se não há
provas contra Palocci, acusado
pela Promotoria de receber
propina, também não há de que
alguém a entregou.
Os promotores de Ribeirão
Preto preferiram não comentar o assunto.
(RP e RV)
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