São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PSDB vê pepebista como inimigo

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSDB elegeu o candidato Paulo Maluf (PPB) como inimigo do partido, mas não deverá formalizar apoio à petista Marta Suplicy. A direção nacional liberou os tucanos paulistanos para decidirem como se comportar em São Paulo, mas com o alerta de que o PT é adversário do PSDB em 2002 e também nestas eleições.
"Nenhum tucano paulista tem o direito de pensar em votar em Maluf nem em branco nem nulo. Se declarar (voto em Maluf), será expulso", afirmou o deputado Paulo Kobayashi (PSDB-SP).
Segundo Kobayashi, integrante da Executiva Regional de São Paulo, o PSDB vai orientar os filiados para votar em Marta, sem comprometimento partidário com a campanha nem com o futuro governo, se ela for vitoriosa. "Temos fortes divergências políticas com o PT. Com Maluf temos tudo isso mais a questão ética."
A tendência do PSDB, segundo o deputado, é adotar comportamento idêntico ao do PT nas eleições de 1998, quando o governador Mario Covas (SP) disputou o segundo turno com Maluf. Líderes petistas declararam voto em Covas, mas o partido não formalizou a aliança com o PSDB.
O secretário-geral do PSDB, deputado Marcio Fortes (RJ), afirmou que não deverá haver um apoio institucional do partido à petista porque em outras cidades, incluindo Campinas e Mauá em São Paulo, PT e PSDB estão disputando o segundo turno.
Reuniões A cúpula tucana se reuniu nos últimos dois dias em Brasília e trocou telefonemas com governadores para decidir o comportamento do partido nas cidades onde não disputa o segundo turno.
A intenção inicial, anunciada anteontem por Marcio Fortes, era recomendar o apoio aos partidos aliados e evitar alianças com o PT, para não fortalecer as candidaturas petistas em 2002.
Na reunião de ontem, a Executiva Nacional do PSDB decidiu transferir para os diretórios municipais e regionais a responsabilidade de definir o comportamento do partido em cada cidade.
A decisão foi articulada em almoço na casa do líder tucano no Senado, Sérgio Machado (CE), com a participação de ministros. "Nós chegamos à conclusão de que vamos colaborar pouco e criaremos constrangimentos em municípios onde a decisão local for diferente da orientação nacional", afirmou Fortes, referindo-se à situação do PSDB do Paraná, cujo diretório se antecipou à direção nacional.
O senador Álvaro Dias, que domina o PSDB no Estado, já havia anunciado apoio a Ângelo Vanhoni, candidato do PT a prefeito de Curitiba, contra o pefelista Cássio Taniguchi.


Texto Anterior: Contra Maluf, PSDB decide apoiar Marta
Próximo Texto: "Maluf, nem pensar", diz Antonio Ermírio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.