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SÃO PAULO
Alckmin e Covas anunciam decisão do diretório do partido, que vai recomendar
aos filiados que votem na candidata petista e proíbe manifestações de apoio ao pepebista
Contra Maluf, PSDB decide apoiar Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
O PSDB em São Paulo decidiu
recomendar a seus militantes que
votem na candidata petista Marta
Suplicy e proibir qualquer manifestação de apoio a Paulo Maluf,
do PPB. À noite, após duas horas e
meia de reunião, o PSDB anunciou a decisão em nota "aos militantes do PSDB na capital".
À tarde, em Brasília, a direção
nacional do partido havia liberado os tucanos paulistas para decidirem como se comportar em São
Paulo, mas com o alerta de que o
PT é adversário do PSDB em 2002
e também nestas eleições.
O documento foi lido pelo candidato derrotado à prefeitura e vice-governador do Estado, Geraldo Alckmin, ao lado do governador de São Paulo, Mário Covas, e
do presidente do diretório municipal do PSDB, João Câmara.
"Eu vou fazer a minha campanha pedindo voto para ela (Marta). Não só vou pedir para não que
votem no Maluf como vou pedir
para que votem na Marta", afirmou Covas, depois do encontro
com mais cem lideranças tucanas
municipais, estaduais e federais.
Questionado se a eleição da petista em São Paulo poderia afetar
o PSDB nas eleições de 2002, Covas disse não saber avaliar agora.
"Maluf elegeu Pitta e parece que
isso não lhe causou nenhum mal.
Ele, tal qual aquela cantora do
passado, disse "errei, sim" e ficou
por isso mesmo", afirmou.
Estavam presentes na reunião
ministro da Saúde, José Serra, o líder do governo na Câmara, deputado Arnaldo Madeira, e um dos
vice-presidentes do PSDB nacional, deputado Alberto Goldman.
"Fico muito feliz com o apoio
dos tucanos porque isso é o melhor para São Paulo", afirmou
Marta, ao saber da decisão.
Documento
A nota do PSDB, além de destacar o desempenho de Alckmin no
primeiro turno, diz: "Por significar a negação da democracia, da
ética e da justiça social, em detrimento do interesse público, o
PSDB repudia, vigorosamente, a
candidatura de Paulo Maluf à prefeitura". Apesar do apoio a Marta,
os tucanos reafirmam no documento "suas profundas e notórias
divergências doutrinárias, conceituais e políticas com o PT".
O governador disse que a posição do partido é apenas política.
Covas destacou que, se eleita prefeita, Marta terá o PSDB como
oposição, porque o PT faz "oposição ferrenha" ao seu governo.
"Ela terá do PSDB o tratamento
que o PSDB tem do PT, menos as
pedras, menos as pauladas na cabeça", disse Covas, numa alusão
às agressões de que foi vítima em
manifestações públicas recentes.
Covas afirmou ainda que não há
"grande possibilidade" de gravar
participação no programa eleitoral de Marta, lembrando encontro
que manteve com a petista, na casa dela, entre o primeiro e o segundo turno das eleições 1998.
"À pergunta feita ela (sobre participação no horário eleitoral), ela
respondeu: "Não há hipótese. Eu
só dou meu voto!". Não, eu dou
mais do que isso. O PSDB recomenda à sua militância votar e pedir voto para ela. Vai pedir nos
seus próprios quadros, vai pedir
por conta própria, vai pedir na
rua. Não precisa subir no palanque de ninguém. Até porque nós
não estamos fazendo acordo nenhum com o PT. Nós estamos votando na candidata Marta", disse.
"A outra alternativa era não votar em ninguém, era anular o voto, eu já vi muita gente fazer isso.
É que o PSDB não tem o costume
de ficar em cima do muro. Ele toma posição", afirmou Covas.
Câmara, do diretório municipal
tucano, disse ainda que, em 1998,
o PT levou "16 ou 17 dias" para
manifestar o voto a favor de Covas e contra Maluf. "Nós só levamos seis dias", afirmou.
Para Covas, o apoio do PSDB à
Marta não deve ser decisivo para
definir a eleição. Segundo ele, o
segundo turno em São Paulo será
"agressivo" e "violento".
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