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QUESTÃO AGRÁRIA
Sem-terra acreditavam que área pertencesse a Luiz Estevão
MST invade fazenda em Buritis
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Cerca de 300 sem-terra ligados
ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram na manhã de ontem a propriedade de uma empresa produtora de soja na zona rural de Buritis, noroeste de Minas Gerais,
imaginando que o local pertenceria ao Grupo OK, do ex-senador
Luiz Estevão (PMDB-DF).
A propriedade, conhecida como "Fazenda Ceval", pertence à
empresa Bunge Alimentos, norte-americana, que tem sede no Brasil
em Gaspar (SC). A diretoria da
empresa se disse "extremamente
surpresa" com a invasão e ainda
estaria avaliando o caso, com possibilidade de recurso à Justiça.
O MST promovia desde terça
uma marcha em direção à fazenda Córrego da Ponte -a cerca de
5 km da área invadida-, que tem
como sócios os filhos do presidente Fernando Henrique Cardoso. Os sem-terra afirmaram que
definiriam nos próximos dias se
permaneceriam no local ou se seguiriam em direção à Córrego da
Ponte. No final da tarde, invadiram e ocuparam também o escritório da unidade da Bunge.
O local a ser invadido foi escolhido levando-se em conta o poder de pressão política, devido à
proximidade com a Córrego da
Ponte, protegida desde segunda
por policiais federais e por homens do Batalhão da Guarda Presidencial.
Brasília
O MST cercou ontem o Ministério do Desenvolvimento Agrário,
em Brasília, exigindo a retomada
da negociação nacional, suspensa
desde o início da ameaça de invasão à Córrego da Ponte. A manifestação começou por volta das
6h30, quando cerca de 300 integrantes do MST e de outros movimentos rurais chegaram armados
com paus e pedras em frente ao
prédio que abriga o ministério.
A Polícia Militar cercou o edifício e chegou a atirar para cima para evitar uma possível invasão. Os
manifestantes diziam que só sairiam do local se o governo retomasse as negociações.
No final da tarde, eles seguiram
em passeata em direção ao Planalto, mas foram barrados pela PM
nas imediações do Itamaraty.
O secretário nacional de Reforma Agrária afirmou que o ministério não iria negociar com "esse
tipo de pressão".
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