DA REPORTAGEM LOCAL

A se confirmarem as últimas pesquisas, o PSTU terá este ano 1% dos votos, cerca de quatro vezes mais que os 200 mil alcançados em 98, correspondentes a 0,3% do total. Mas o saldo que alegra o candidato do partido, José Maria de Almeida, 44, é outro.
Segundo Zé Maria -apelido que adotou na campanha ao Planalto-, mais importante é o envolvimento do PSTU em outra campanha, a que condena a participação do Brasil na Alca, a Área de Livre Comércio das Américas.
"A campanha da Alca tem muito mais importância para nós que a própria campanha eleitoral. As lutas sociais valem mais que avanços numéricos", diz o candidato.
O partido ultra-esquerdista foi um dos organizadores do plebiscito nacional sobre o bloco econômico finalizado no mês passado.
Expulso do PT em 1992 por seu radicalismo e um dos criadores do PSTU, em 94, Zé Maria tem a chance de dar o troco. Seu 1% pode ser decisivo para tirar a vitória de Lula no primeiro turno. Zé Maria pouco se importa. Nem cogita retirar a candidatura e, em caso de segundo turno, a tendência do partido é recomendar voto nulo ou neutralidade -no máximo voto crítico em Lula.
O PSTU critica a retirada do PT do plebiscito da Alca, a aceitação do acordo com o FMI e as alianças feitas pelo partido de Lula. Segundo Zé Maria, a maior dificuldade de sua campanha, foi o "boicote e a discriminação da mídia" à sua candidatura. (FÁBIO VICTOR)


Texto Anterior: Estados e Congresso - Hora da decisão: PT pode ter maior votação de sua história
Próximo Texto: PCO vê legado em sua 1º disputa presidencial
Índice