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São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2003

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PERFIL

Atual aliado de Lula, empresário começou no PDS

DA REPORTAGEM LOCAL

A trajetória pública de José Carlos Martinez começou no PDS, partido nascido da Arena (Aliança Renovadora Nacional), pilar político do regime militar (1964-1985), e terminou na base de sustentação do governo do PT de Lula.
Paulistano de nascimento, Martinez se elegeu deputado pela primeira vez em 1982, pelo PDS do Paraná. Em 1986, migrou para o oposicionista PMDB, mesmo depois de ter votado em Paulo Maluf, candidato do regime militar no ano anterior no Colégio Eleitoral.
No mesmo ano, ele foi eleito deputado federal constituinte, mas a notoriedade e a ascensão política só vieram em 1989, quando ele se filiou ao PRN (Partido da Reconstrução Nacional) e transformou-se em tesoureiro da candidatura do ex-presidente Fernando Collor, nas primeiras eleições diretas após o fim do regime.
Sob a égide de Collor, candidatou-se ao governo do Paraná no ano seguinte, mas perdeu para Roberto Requião. Ainda no início dos 90, montou a rede de rádio e TV OM (Organizações Martinez), atual CNT.
Em 1992, Martinez foi acusado ter recebido US$ 4,5 milhões de Paulo César Farias, o PC (morto em 1996), homem-forte da campanha de Collor.
O dinheiro teria sido usado para quitar dívidas da TV, que mais tarde seria vendida ao Banco Bamerindus. A volta à vida pública ocorreu em 1998, como deputado federal do PTB, partido do qual ele assumiria o comando em 1999.
Nas eleições do ano passado, Martinez chegou a coordenar a campanha da Frente Trabalhista (PTB, PPS e PDT), do candidato Ciro Gomes. Mas, ainda por conta de seus vínculos com PC, foi afastado do cargo. No segundo turno, apoiou Lula.
Com o novo presidente no Planalto, Martinez e o PTB, partido que teve crescimento surpreendente, tornaram-se peças importantes na base de sustentação do novo governo.
O bom trânsito entre os petistas fez com que o empresário presenteasse o ministro José Dirceu (Casa Civil) com um relógio Rolex, que, mais tarde, descobriu-se, era falso. Martinez desculpou-se e disse que não sabia da falsificação.


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