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Jefferson é o favorito para suceder Martinez
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Roberto Jefferson
(RJ), 50, deve assumir o comando
do PTB em substituição a José
Carlos Martinez (PR), morto anteontem. Jefferson é o atual líder
na Câmara. Ao lado de Martinez e
do ministro Walfrido Mares Guia
(Turismo), o deputado carioca
participou das negociações e
acordos que levaram a sigla a
apoiar o governo Lula e a se transformar na quarta maior bancada
da Câmara, com 55 deputados.
A decisão é dos deputados que
estavam ontem em Curitiba
acompanhando as operações de
resgate do corpo de Martinez,
morto num acidente de avião,
mas terá de ser ratificada ainda
pelo Diretório Nacional da sigla.
Praticamente toda a bancada do
PTB é esperada para o sepultamento. É a bancada quem dá as
cartas no partido, em razão da estratégia do próprio Martinez.
Martinez, ao lado de Jefferson e
Mares Guia, decidiu fazer do PTB
um "partido de deputados", para
fazê-lo crescer e disputar mais espaço no governo. Aos políticos
que aderiam ao partido era oferecida a direção regional, além de
indicações para cargos, sobretudo
no Ministério do Turismo. Graças
a esse expediente, o PTB saltou de
26 deputados eleitos em 2002 para
55 na semana passada.
Na tarde da última sexta-feira, a
expectativa de Martinez era a de
filiar pelo menos outros três deputados nas próximas semanas,
dois do PFL do Piauí e um do PP
de Goiás. Seu novo projeto era
ampliar também a bancada do Senado, com apenas três senadores.
Ao tornar o PTB um "partido de
deputados", Martinez conseguiu
praticamente unificar a linguagem do partido, que tem votado
em peso com o Planalto nas votações de interesse do governo.
O projeto de Jefferson é o mesmo. Mas há dificuldades na relação. Tendo se tornado a quarta
maior bancada da Câmara, o PTB
reclama de uma participação
maior que a pasta do Turismo.
Além disso, a sigla perdeu o
controle sobre o comando da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), dirigida pelo ex-senador Carlos
Wilson, que se incompatibilizou
com o PTB e se filiou ao PT. Agora
quer uma estatal de peso.
Jefferson herda de Martinez o
projeto de tentar mudar a imagem de partido fisiológico. A
exemplo de Martinez, que renunciou ao comando da campanha
de Ciro Gomes (PPS), em 2002,
por denúncias de irregularidades,
Jefferson nunca se livrou do estigma de integrante da "tropa de
choque" que defendia o ex-presidente Fernando Collor de Mello.
"Vamos continuar agigantando
o partido. Para 2006, vamos
apoiar Lula. A nossa intenção é
conseguir fazer um candidato
próprio em 2010", disse Jefferson.
Colaborou a Sucursal do Rio
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