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SÃO PAULO
José Dirceu negocia com Paulinho (PDT), Gilberto Gil busca apoio no PV e Eduardo Campos tenta convencer Luiza Erundina
Planalto põe ministros na campanha de Marta
CATIA SEABRA
RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL
Recrutados pelo Planalto, ministros do PT e de partidos aliados
se dedicam à busca de apoio à
campanha da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), à reeleição.
Enquanto o chefe da Casa Civil,
José Dirceu, negocia com Paulo
Pereira da Silva, o Paulinho
(PDT), o ministro da Cultura, Gilberto Gil, faz campanha no PV.
Ontem, foi o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, que desembarcou em São
Paulo. A missão de Campos é das
mais difíceis: garantir o apoio do
PSB a Marta sem mexer com os
brios da candidata de seu partido,
a deputada Luiza Erundina. Na
volta a Brasília, Campos deverá
dar carona para o presidente estadual do PSB, Márcio França, em
seu avião. Os dois deverão participar da reunião em que o PSB oficializará o apoio a Marta.
Na tarde de segunda-feira, Paulinho e Dirceu se reuniram no hotel Intercontinental. Antes mesmo, Marta já tinha telefonado
duas vezes para Paulinho. Para
obter seu apoio, Marta prometeu
criar 30 centros de solidariedade
na cidade, além de se comprometer com a distribuição de vale-transporte para desempregados.
Dirceu ofereceu apoio do PT ao
PDT em cinco cidades: Campinas, Bauru, Duque de Caxias,
Campos e Salvador. Como em
Campinas e Bauru o adversário
do PDT é o PSDB e, no Rio, Anthony Garotinho, Paulinho alegou que o PT teria de apoiar o
PDT de qualquer jeito. "Vocês
vão apoiar o Garotinho e o
PSDB?", perguntou Paulinho.
Segundo o pedetista, Dirceu alegou que, em Salvador, não haveria problema em apoiar o PFL
porque não há mais esquerda e
direita no país: "A coisa mais simples seria apoiar o Antonio Carlos
Magalhães", teria dito o ministro.
Paulinho propôs que o PT apóie
os candidatos do PDT em troca de
sua neutralidade em São Paulo.
Gilberto Gil, por sua vez, só não
está já em campanha pró-Marta
porque foi contido pelo partido. A
pedido do Partido Verde, o ministro não esteve segunda-feira em
São Paulo para pedir votos para a
petista. O candidato do partido no
primeiro turno, José Luiz Penna,
conta que o ministro insiste no
apoio a Marta sob o argumento de
que "a eleição em São Paulo transcende a realidade do município".
Penna avisa que tomará uma
decisão pragmática que inclui a
possibilidade de participação na
Prefeitura: "As secretarias de Cultura e Meio Ambiente são nosso
objeto de desejo. Mas uma regional não ia nada mal", disse.
Campos, por sua vez, não só deverá conversar com o PSB de São
Paulo, mas também procurar a
própria Erundina. Hoje, a Executiva do PSB declara apoio a Marta,
porque, segundo o líder do PSB
na Câmara, "o partido não tem
outro caminho". Mas, para evitar
fissuras, Erundina deverá ter o direito à neutralidade. "Ninguém
vai forçá-la a subir em palanques", afirmou o deputado Evilásio Farias (PSB-SP), com quem
Erundina deverá almoçar hoje.
A campanha de Marta decidiu
criar "grupos temáticos" com
equipes comandadas por figuras
de destaque do partido para coordenar melhor as ações da campanha. Entre os nomes sugeridos estão Aloizio Mercadante, José Genoino e João Paulo Cunha.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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