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PAÍS
Índice de sucesso eleitoral dos congressistas-candidatos foi inferior às taxas obtidas nas eleições municipais de 1996 e de 2000
De 90 parlamentares, 60 fracassam nas urnas
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O grupo de senadores e deputados federais que tentou trocar o
Congresso pelas prefeituras de
suas bases eleitorais amargou o
pior resultado da "categoria" nas
três últimas eleições municipais,
quando comparados os desempenhos no primeiro turno: 60 dos 90
congressistas-candidatos foram
derrotados, 18 disputarão o segundo turno e só 12 foram eleitos.
O índice de "sucesso" dos congressistas (obter a eleição ou assegurar vaga no 2º turno) foi de 33%
dos 90 postulantes. Candidataram-se a prefeito ou a vice 85 deputados federais e 5 senadores.
Em 2000, 21 congressistas foram
eleitos no 1º turno e 12 disputaram o segundo, o que representou
35% dos 95 deputados federais e
senadores que se candidataram.
Quatro anos antes, em 1996, 33 se
elegeram no 1º turno e 17 disputaram o 2º turno, 41% do total de
121 parlamentares-candidatos.
A análise das votações de domingo mostra que as vitórias nas
maiores cidades dos parlamentares ocorreram em uma candidatura a vice (em Belo Horizonte,
com Ronaldo Vasconcelos, do
PTB) e em duas a prefeito: em Belford Roxo (RJ), com Maria Lúcia
(PMDB), e Uberaba (MG), com o
ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PL). A menor cidade "conquistada" foi Itabaianinha (SE), que terá como prefeito o
senador Renildo Santana (PFL),
que obteve o posto com 11.245 votos, 58,26% dos válidos.
Entre os derrotados, figuram
um presidente de partido (Michel
Temer, do PMDB, vice de Luiza
Erundina), vice-líderes do governo na Câmara e ex-ministros. Um
dos vice-líderes do governo, Beto
Albuquerque (PSB-RS), amargou
a sétima colocação na disputa da
Prefeitura de Porto Alegre, ficando na frente apenas dos candidatos do PSTU e do PCO.
"Existe o tempo de plantar e o
de colher. Comecei a plantar a
proposta socialista em Porto Alegre e espero colher os frutos no futuro", afirmou. Albuquerque, que
teve 3,04% dos votos válidos, disse que a maior dificuldade foi ter
disputado o voto de esquerda "no
principal reduto eleitoral do PT".
Na eleição de Recife, vencida no
1º turno pelo prefeito João Paulo
(PT), o ex-ministro Raul Jungmann (PPS) também foi exemplo
de desempenho fraco, ficando em
4º lugar, com 3,63% dos votos válidos. "Considero 30 mil votos,
nas condições que tive, uma votação bastante satisfatória", afirmou o ex-ministro, que argumentou ter disputado uma eleição
"dominada pelas máquinas públicas". Segundo ele, sua campanha custou R$ 330 mil, o que representaria menos de 10% do total que teria sido gasto pelo PT.
Alguns dados sobre o desempenho por partidos: 21 deputados e
senadores do PT se lançaram candidatos: 14 foram derrotados, 5
vão ao segundo turno e 2 foram
eleitos. O PMDB lançou 10 congressistas: 6 fracassaram, dois disputam o 2º turno e 2 foram eleitos. Já o PTB elegeu 3 dos seus 10
candidatos. Dois vão ao 2º turno e
3 estão fora da disputa. O PC do B
não conseguiu eleger nenhum de
seus quatro candidatos.
Na oposição, o PSDB lançou sete deputados federais como candidatos e não conseguiu eleger
nenhum no domingo. Três disputarão o 2º turno. Dos 10 pefelistas,
6 foram derrotados, 1 eleito e 3
vão ao 2º turno. Entre 18 congressistas-candidatos que disputarão
o 2º turno, três são senadores e 15
são deputados federais.
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