São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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BALANÇO

Lula e PT, partido que mais votos a prefeito teve até agora, saem reforçados; Tasso e Sarney integram grupo dos perdedores

Primeiro turno explicita derrotados e vitoriosos

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ainda faltam ser realizados os segundos turnos em 44 cidades, mas alguns personagens políticos já podem ser identificados como ganhadores e perdedores do processo eleitoral municipal.
Por enquanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido, o PT, saem reforçados. Os números preliminares dão conta de que o PT será o partido cujos candidatos a prefeito mais receberam votos nas cidades. Em 2000, a sigla só ocupou a quarta colocação.
Entre os petistas, há pelo menos um derrotado de destaque: o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Seu candidato a prefeito de Ribeirão Preto, Gilberto Maggioni (PT), que hoje governa a cidade, não conseguiu passar ao segundo turno. Foi uma derrota pessoal para o ministro, na sua terra natal.
Uma vitória de menor escala, mas notável, é a do pequeno PPS (ex-PCB). O presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire (PE), pode se considerar um vitorioso. A sigla terá mais de 300 prefeitos e conquistou perto de 5 milhões de votos. Só para comparação, em 1996 eram 33 prefeitos e 500 mil votos.
Entre os petistas que se saíram bem está o presidente nacional da agremiação, José Genoino. Deu seguimento à administração pragmática-empresarial de José Dirceu. Hoje, o PT está consolidado como um dos quatro maiores partidos do país.
Os também petistas Marcelo Déda, Fernando Pimentel e João Paulo foram reeleitos no primeiro turno em Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG) e Recife (PE). São figuras que reforçaram seus lugares no núcleo de decisões do partido.
Entre os tucanos, José Serra (candidato a prefeito em São Paulo) e Geraldo Alckmin (governador paulista) fazem a dupla mais vitoriosa. Ainda que tenha o segundo turno pela frente, Serra já obteve seu melhor desempenho na cidade de São Paulo como postulante a prefeito. No interior do Estado, Alckmin ajudou a comandar o sucesso do PSDB.
Os dois derrotados do PSDB são o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador mineiro, Aécio Neves. O primeiro não conseguiu colocar candidato no segundo turno de Fortaleza. Já Aécio quis fincar um pé em várias candidaturas e acabou perdendo em seu quintal, Belo Horizonte, onde o PT faturou no primeiro turno.
No PFL o único nome de grande destaque nacional é Cesar Maia. Reelegeu-se prefeito do Rio no primeiro turno. Deve ser o grande quadro pefelista para as decisões eleitorais de 2006. A prevalência de Cesar Maia aumenta quando se compara seu desempenho ao de outros caciques do PFL.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) passa por dificuldades sérias na eleição para prefeito de Salvador. Por pouco o candidato carlista, Cesar Borges, não ficou de fora.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), continua sendo um político de poucos votos. Nas três cidades mais importantes de Santa Catarina (Florianópolis, Joinville e Blumenau ), o partido só teve vitória na cabeça da chapa em uma -a menor, Blumenau.
A lista de caciques que os eleitores empurram para um estado de semi-aposentadoria é grande. Em São Paulo, há três importantes: Paulo Maluf (PP), Orestes Quércia (PMDB) e Luiza Erundina (PSB). Maluf teve sua pior votação na cidade de São Paulo. Quércia há anos não registra bom desempenho e resolveu se associar a Erundina na disputa pela prefeitura, que estava com cerca de 10% e terminou perto de 4%.
Sobre o PMDB, o maior destaque continua sendo o governador fluminense, Anthony Garotinho. Ele perdeu na capital do Estado, mas teve vitórias no interior. A grande dúvida a seu respeito é se continuará ou não no partido.
O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), ajudou a reduzir o tamanho da agremiação: foi candidato a vice de Erundina. O presidente do Senado, José Sarney (MA), pertence ao PMDB e amargou novamente derrota em São Luís (MA).


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