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BALANÇO
Lula e PT, partido que mais votos a prefeito teve até agora, saem reforçados; Tasso e Sarney integram grupo dos perdedores
Primeiro turno explicita derrotados e vitoriosos
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ainda faltam ser realizados os
segundos turnos em 44 cidades,
mas alguns personagens políticos
já podem ser identificados como
ganhadores e perdedores do processo eleitoral municipal.
Por enquanto, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e seu partido,
o PT, saem reforçados. Os números preliminares dão conta de que
o PT será o partido cujos candidatos a prefeito mais receberam votos nas cidades. Em 2000, a sigla
só ocupou a quarta colocação.
Entre os petistas, há pelo menos
um derrotado de destaque: o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Seu candidato a prefeito de Ribeirão Preto, Gilberto Maggioni
(PT), que hoje governa a cidade,
não conseguiu passar ao segundo
turno. Foi uma derrota pessoal
para o ministro, na sua terra natal.
Uma vitória de menor escala,
mas notável, é a do pequeno PPS
(ex-PCB). O presidente nacional
do partido, deputado Roberto
Freire (PE), pode se considerar
um vitorioso. A sigla terá mais de
300 prefeitos e conquistou perto
de 5 milhões de votos. Só para
comparação, em 1996 eram 33
prefeitos e 500 mil votos.
Entre os petistas que se saíram
bem está o presidente nacional da
agremiação, José Genoino. Deu
seguimento à administração
pragmática-empresarial de José
Dirceu. Hoje, o PT está consolidado como um dos quatro maiores
partidos do país.
Os também petistas Marcelo
Déda, Fernando Pimentel e João
Paulo foram reeleitos no primeiro
turno em Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG) e Recife (PE). São figuras que reforçaram seus lugares
no núcleo de decisões do partido.
Entre os tucanos, José Serra
(candidato a prefeito em São Paulo) e Geraldo Alckmin (governador paulista) fazem a dupla mais
vitoriosa. Ainda que tenha o segundo turno pela frente, Serra já
obteve seu melhor desempenho
na cidade de São Paulo como postulante a prefeito. No interior do
Estado, Alckmin ajudou a comandar o sucesso do PSDB.
Os dois derrotados do PSDB são
o senador Tasso Jereissati (CE) e o
governador mineiro, Aécio Neves. O primeiro não conseguiu colocar candidato no segundo turno
de Fortaleza. Já Aécio quis fincar
um pé em várias candidaturas e
acabou perdendo em seu quintal,
Belo Horizonte, onde o PT faturou no primeiro turno.
No PFL o único nome de grande
destaque nacional é Cesar Maia.
Reelegeu-se prefeito do Rio no
primeiro turno. Deve ser o grande
quadro pefelista para as decisões
eleitorais de 2006. A prevalência
de Cesar Maia aumenta quando
se compara seu desempenho ao
de outros caciques do PFL.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) passa por dificuldades sérias na eleição para
prefeito de Salvador. Por pouco o
candidato carlista, Cesar Borges,
não ficou de fora.
O presidente nacional do PFL,
senador Jorge Bornhausen (SC),
continua sendo um político de
poucos votos. Nas três cidades
mais importantes de Santa Catarina (Florianópolis, Joinville e Blumenau ), o partido só teve vitória
na cabeça da chapa em uma -a
menor, Blumenau.
A lista de caciques que os eleitores empurram para um estado de
semi-aposentadoria é grande. Em
São Paulo, há três importantes:
Paulo Maluf (PP), Orestes Quércia (PMDB) e Luiza Erundina
(PSB). Maluf teve sua pior votação na cidade de São Paulo. Quércia há anos não registra bom desempenho e resolveu se associar a
Erundina na disputa pela prefeitura, que estava com cerca de 10%
e terminou perto de 4%.
Sobre o PMDB, o maior destaque continua sendo o governador
fluminense, Anthony Garotinho.
Ele perdeu na capital do Estado,
mas teve vitórias no interior. A
grande dúvida a seu respeito é se
continuará ou não no partido.
O presidente nacional do
PMDB, deputado Michel Temer
(SP), ajudou a reduzir o tamanho
da agremiação: foi candidato a vice de Erundina. O presidente do
Senado, José Sarney (MA), pertence ao PMDB e amargou novamente derrota em São Luís (MA).
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