São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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FORTALEZA

Arrependidos declaram hoje apoio a Luizianne

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Em nome de um "PT unido", o bloco de petistas que abandonou a candidatura de Luizianne Lins (PT) à Prefeitura de Fortaleza no primeiro turno se reúne hoje para divulgar o apoio a ela, após a derrota do preferido da cúpula do partido, Inácio Arruda (PC do B).
Entre os arrependidos, está o deputado estadual José Nobre Guimarães, irmão do presidente do PT, José Genoino, que foi o principal opositor da petista e que chegou a sugerir a desistência.
Ontem, Guimarães conversou com Genoino por telefone e disse que teve a garantia de que Luizianne receberá o mesmo tratamento que os demais candidatos do partido no segundo turno.
Isso pode significar o envio de recursos e até de depoimentos de petistas de peso, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tudo o que Luizianne não teve até agora. Na reta final do primeiro turno, Lula chegou a gravar mensagem de apoio a Inácio, que só não foi exibida na propaganda porque a coligação da petista obteve liminar da Justiça Eleitoral.
"A eleição em si sempre traz surpresas, e em Fortaleza sempre foi assim. Acho que prevaleceu a novidade", disse Guimarães. No primeiro turno, ele chegou a liderar os movimentos "Sou PT, voto Inácio", que acabou proibido pela Justiça Eleitoral, e "Sou Lula, voto Inácio". Ontem, conversou com Luizianne e se dispôs, até, a participar do comando da campanha.
A petista enfrenta agora o deputado federal Moroni Torgan (PFL), outra surpresa. Os dois desbancaram os candidatos apoiados pelos principais caciques políticos no Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), que apoiava o tucano Antônio Cambraia, e Ciro Gomes (PPS), que apoiava Inácio.
Para ter selado o apoio do PT nacional, Luizianne deverá ter amanhã uma reunião em São Paulo. "Agora, o que a campanha decidir aqui, o diretório nacional respalda", afirmou Guimarães.
Do lado adversário, Moroni negocia o apoio do PMDB do ministro Eunício Oliveira (Comunicações), o que ainda poderá ser barrado pelo governo federal. De forma velada, o pefelista já vem contando com a ajuda do ex-senador Sérgio Machado, do PMDB.
As conversas estão mais adiantadas com o PL, partido com o qual o candidato quase fechou a coligação no primeiro turno. Isso só não aconteceu porque houve uma intervenção do governo federal, que obrigou o PL, como chegou a declarar o próprio presidente do partido no Estado, o deputado federal Almeida de Jesus, a integrar a chapa de Inácio, para cobrir a ausência do PT.


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