São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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Eleitor já mostrou que preferer petista, diz ex-governador

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador Wellington Moreira Franco (PMDB) disse que decidiu desistir da eleição de modo solitário. Afirmou que não consultou as três principais lideranças do PMDB no Rio: a governadora Rosinha Matheus, o ex-governador Anthony Garotinho e o senador Sérgio Cabral Filho.
Moreira Franco creditou a desistência ao fato de a população ter apontado no primeiro turno sua preferência pelo petista Godofredo Pinto. Leia a seguir trechos da entrevista.
 

Folha - Por que o sr. desistiu da candidatura?
Wellington Moreira Franco -
Fiz uma avaliação dos resultados. Acredito em eleição. Acredito que o voto é o melhor instrumento para a escolha dos governantes. A minha vida toda, desde adolescente, eu briguei por isso. Fui preso, levei pau da polícia.

Folha - Mas qual a razão da desistência?
Moreira Franco -
A análise dos resultados mostra que, do ponto de vista político-eleitoral, a população foi convencida de que o governo que está aí merece ficar mais quatro anos. É filigrana jurídica você lutar com esses dados por dois pontos percentuais [total de votos que faltaram para não haver segundo turno].

Folha - O senhor havia superado um candidato [João Sampaio, do PDT] que integra uma corrente política influente no município. Não é contraditório desistir agora?
Moreira Franco -
Sei da força eleitoral e da liderança que tenho em Niterói. Fui prefeito, governador, deputado três vezes. Fiz muito pela cidade. Agora, o resultado da eleição mostra que a maioria da população foi convencida de que este governo é bom.

Folha - O sr. fica neutro na disputa pelo segundo turno?
Moreira Franco -
Claro. A minha parte está resolvida. Eu fiz a avaliação e acho que o custo da mobilização de pessoal e da administração por mais 30 dias é alto.

Folha - O senhor partilhou da decisão com alguém?
Moreira Franco -
Ouvi a opinião de todos, o maior número possível. Mas não falei com ninguém sobre a decisão. Eu tive que tomá-la solitariamente.

Folha - Nem com a direção do PMDB, com Anthony Garotinho [ex-governador e presidente regional do PMDB], nem com Sérgio Cabral Filho [senador do PMDB]?
Moreira Franco -
Ontem falei com Sérgio Cabral Filho sobre o panorama eleitoral. Agora mesmo conversei com Garotinho e com Rosinha. Eles não sabiam da decisão. Ficaram surpresos.

Folha - Mas eles não tentaram convencê-lo a continuar na disputa?
Moreira Franco -
Uma decisão dessa natureza você toma sem falar. Porque, se você fala, parece que não é uma decisão tomada, mas uma tentativa de fazer acerto, e isto no meu caso não foi.


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