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País pede ajuda para ação no Haiti
ANDRÉ SOLIANI
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A situação no Haiti se complica,
e o Brasil pediu a ajuda dos EUA
para reforçar os trabalhos da força de paz da ONU que lidera.
Ontem, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) aproveitou a visita do secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, para
reforçar o lobby na organização
por mais tropas no Haiti e maiores facilidades para a liberação de
verbas de reconstrução do país.
"Conversamos sobre a situação
do Haiti, que continua preocupante, e sobre a necessidade de serem colocadas rapidamente todas
as tropas no Haiti que foram prometidas", afirmou Amorim.
No momento, a força de paz da
ONU conta com cerca de 3.000
homens. Desse total, 1.200 são
brasileiros. A tropa inicialmente
prevista deveria ser de 6.000 soldados, mas alguns países ainda
não enviaram seus contigentes.
O governo brasileiro também
solicitou ajuda para conseguir liberar US$ 1 bilhão que já foi arrecado pela ONU para reconstruir o
Haiti. A organização exige projetos bem elaborados para liberar as
verbas. Amorim disse que, no caso do Haiti, não há necessidade de
grandes projetos, mas de ações
pequenas, como limpeza de ruas.
Segundo Amorim, Powell se
prontificou em ajudar o Brasil nas
duas questões. O americano deverá ligar para o secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, para fazer as
gestões solicitadas pelo Brasil, assim que voltar para Washington.
O governo Bush, desde o início,
elogia o engajamento do Brasil no
Haiti. "Gostaria de expressar meu
agradecimento ao governo brasileiro pelo papel de liderança dentro das Nações Unidas, ao colocar
à disposição tropas no Haiti. É
uma missão desafiadora, e o Brasil esteve a altura do desafio", disse ontem Powell.
Se no caso do Haiti, Brasil e Estados Unidos concordam sobre as
ações necessárias, Powell deixou
claro que Lula não terá o apoio do
seu país para criar uma taxa internacional para financiar o combate
a fome mundial. "Não acreditamos que isso funcione", disse Powell, que diz concordar com as
metas do presidente brasileiro.
Outro assunto de divergência
entre os dois países que foi tratado foi a questão da guerra no Iraque. O Brasil sempre foi contra a
invasão, mas ontem disse que poderia participar com ajuda humanitária e de conferências internacionais, patrocinadas pelos EUA,
sobre o assunto.
Na frente do Itamaraty, uma
manifestação de 50 bancários grevistas tentou constranger o secretário de Estado e o presidente. Ao
saber que Lula, o principal alvo,
não estava no prédio, dirigiram
seus ataques aos EUA. "Bush, você é o maior terrorista do mundo", gritavam em coro.
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