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Lula sai em defesa da CPMF e de carga tributária maior
Presidente declara que quem paga mais imposto é porque está ganhando mais
Petista, que no começo da semana defendeu os gastos da administração, diz que os governos têm de arrecadar o máximo com menos tributos
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Florianópolis, que os brasileiros
estão ganhando mais e que por
isso "é justo" que paguem mais
impostos. Ele defendeu a incorporação da CPMF no rol de tributos do país por ser, segundo
ele, "um imposto justo".
"Quando vocês conversarem
com alguém que faça críticas à
carga tributária, perguntem
que imposto aumentou. Eu poderia perguntar aqui para vocês: Que imposto aumentou
para o jornalista brasileiro, para quem vive de salário? Nenhum. A verdade é que as pessoas estão pagando mais porque estão ganhando mais. É só
ver o lucro dos bancos, ver o lucro das mil maiores empresas
brasileiras, que vocês vão perceber que as pessoas estão ganhando mais e, portanto, têm
que pagar mais."
Lula pregou carga tributária
mais pesada após participar de
evento de compromisso do
Banco do Brasil em incorporar
o Besc (Banco Estadual de Santa Catarina), que ainda depende de aprovação no Senado.
Sobre pagar mais impostos,
ele apenas fez a ressalva de que,
da parte dos governos, é preciso
arrecadar mais: "Tanto prefeitos, quanto governadores,
quanto presidente da República, é preciso arrecadar o máximo possível, com a menor taxa
de imposto possível".
A defesa de Lula da carga tributária casa com suas declarações e intenção de aumentar os
gastos de custeio e de pessoal.
Na segunda, Lula disse, no
Rio, defendendo o aumento da
máquina administrativa: "As
pessoas passam para a sociedade uma idéia de que é possível
fazer choque de gestão diminuindo o número de pessoas
que trabalham, quando, na verdade, o choque de gestão será
feito quando a gente contratar
mais gente, mais qualificada,
mais bem-remunerada, porque
aí teremos também serviços de
excelência prestados para a sociedade brasileira".
Ele rebateu os críticos de que
a CPMF aumenta a carga tributária citando a nova Lei Geral
das microempresas e outras
medidas de desoneração. "Vocês se esquecem que nós acabamos de aprovar a Lei Geral da
micro, pequena e média empresa, que vai criar um novo rito de impostos no setor. Isso vai
representar desoneração de
mais de R$ 5 bilhões na produção", afirmou Lula.
"O Brasil não pode ter medo
de arrecadar mais. Porque o
mal do Brasil é que durante
muito tempo arrecadou menos.
Então [CPMF], é justo para a
política social justa que o Brasil
precisa", disse Lula.
Ao afirmar que seu governo
já faz revisão de impostos, o
presidente reclamou que "as
pessoas esquecem com muita
facilidade das coisas" e apontou
R$ 32 bilhões de desoneração
feita em 2006. "Desoneramos,
já, uma CPMF", disse Lula, para relacionar também os números oficiais da redução da arrecadação com a entrada em vigor da Lei Geral das Micro Empresas.
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