São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Oposição tenta reconduzir Jarbas e Simon à CCJ após manobra de Renan

DEM quer articulação com peemedebistas contrários à aprovação da CPMF

SILVIO NAVARRO
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em retaliação à manobra capitaneada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a oposição tenta encontrar uma saída para reconduzir os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS) à Comissão de Constituição e Justiça. A retirada dos senadores da CCJ gerou nova crise na Casa.
A articulação deve render ao governo dois votos certos na CCJ para aprovar a emenda que prorroga a CPMF (o imposto do cheque) até 2011.
Nos bastidores, integrantes da base governista anunciaram que a manobra terá efeito cascata. Na próxima semana, a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), deverá substituir membros do bloco governista (PT-PTB-PR).
Tanto Simon quanto Jarbas haviam declarado ser contra a CPMF e defendiam a saída de Renan da presidência. A contabilidade apertada do governo para aprovar a emenda previa que ambos rejeitariam a prorrogação na comissão.
Os substitutos, Almeida Lima (PMDB-SE) e Paulo Duque (PMDB-RJ), são aliados de Renan e votarão a favor da CPMF.
A relatora da emenda que estende o imposto será a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Ela já anunciou que rejeitará a prorrogação. Os aliados tentarão aprovar substitutivo contrário ao parecer da senadora.
O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmaram que pretendem ceder cadeiras dos seus partidos na CCJ para abrigar Jarbas e Simon. Segundo a secretária-geral da Mesa, Cláudia Lyra, entretanto, esse tipo de troca suprapartidária não tem amparo no regimento do Senado.
Os líderes da oposição agendaram reunião para a próxima semana. Uma das idéias é fazer um apelo em bloco ao líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), para rever a decisão. "Por que só agora estão tirando os dois da CCJ? Por causa da CPMF e do caso Renan", disse o líder do DEM, José Agripino Maia (RN). "Estamos desejosos em articular algo com eles."
Raupp desabafou: "A Casa está nervosa, era uma decisão que eu tinha que tomar mais cedo ou mais tarde porque os dois senadores não votam segundo orientação da bancada".
Dos 19 senadores do PMDB, ao menos cinco defenderam os excluídos: Mão Santa (PI), Gerson Camata (ES), Geraldo Mesquita (AC), Valter Pereira (MS) e Garibaldi Alves Filho (RN).
Subordinada a Renan, Claudia Lyra foi criticada por ter pedido que a sessão do plenário de anteontem fosse prorrogada.
Ela fez a demanda para ler o requerimento de Raupp comunicando o afastamento de Simon e Jarbas. A iniciativa provocou constrangimentos, já que o líder do PMDB ainda não os havia comunicado da medida. Ontem, ele afirmou ter determinado à secretária-geral que entregasse o documento à Mesa apenas na segunda-feira. "A procurei para dizer que ela quebrou a minha confiança."
Perguntada sobre de quem partiu a ordem de encaminhar o documento para leitura, ela disse que não responderia.


Texto Anterior: Minas Gerais: Aécio rebate ironia de Dilma sobre uso do "choque de gestão"
Próximo Texto: Salgado fala em saída; suplente foi investigado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.