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Oposição tenta reconduzir Jarbas e Simon à CCJ após manobra de Renan
DEM quer articulação com peemedebistas contrários à aprovação da CPMF
SILVIO NAVARRO
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em retaliação à manobra capitaneada pelo presidente do
Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), a oposição tenta
encontrar uma saída para reconduzir os senadores Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS) à Comissão de Constituição e Justiça. A retirada dos senadores da
CCJ gerou nova crise na Casa.
A articulação deve render ao
governo dois votos certos na
CCJ para aprovar a emenda
que prorroga a CPMF (o imposto do cheque) até 2011.
Nos bastidores, integrantes
da base governista anunciaram
que a manobra terá efeito cascata. Na próxima semana, a líder do PT, Ideli Salvatti (SC),
deverá substituir membros do
bloco governista (PT-PTB-PR).
Tanto Simon quanto Jarbas
haviam declarado ser contra a
CPMF e defendiam a saída de
Renan da presidência. A contabilidade apertada do governo
para aprovar a emenda previa
que ambos rejeitariam a prorrogação na comissão.
Os substitutos, Almeida Lima (PMDB-SE) e Paulo Duque
(PMDB-RJ), são aliados de Renan e votarão a favor da CPMF.
A relatora da emenda que estende o imposto será a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Ela
já anunciou que rejeitará a
prorrogação. Os aliados tentarão aprovar substitutivo contrário ao parecer da senadora.
O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmaram que pretendem ceder
cadeiras dos seus partidos na
CCJ para abrigar Jarbas e Simon. Segundo a secretária-geral da Mesa, Cláudia Lyra, entretanto, esse tipo de troca suprapartidária não tem amparo
no regimento do Senado.
Os líderes da oposição agendaram reunião para a próxima
semana. Uma das idéias é fazer
um apelo em bloco ao líder do
PMDB, Valdir Raupp (RO), para rever a decisão. "Por que só
agora estão tirando os dois da
CCJ? Por causa da CPMF e do
caso Renan", disse o líder do
DEM, José Agripino Maia
(RN). "Estamos desejosos em
articular algo com eles."
Raupp desabafou: "A Casa está nervosa, era uma decisão que
eu tinha que tomar mais cedo
ou mais tarde porque os dois
senadores não votam segundo
orientação da bancada".
Dos 19 senadores do PMDB,
ao menos cinco defenderam os
excluídos: Mão Santa (PI), Gerson Camata (ES), Geraldo Mesquita (AC), Valter Pereira (MS)
e Garibaldi Alves Filho (RN).
Subordinada a Renan, Claudia Lyra foi criticada por ter pedido que a sessão do plenário de
anteontem fosse prorrogada.
Ela fez a demanda para ler o
requerimento de Raupp comunicando o afastamento de Simon e Jarbas. A iniciativa provocou constrangimentos, já
que o líder do PMDB ainda não
os havia comunicado da medida. Ontem, ele afirmou ter determinado à secretária-geral
que entregasse o documento à
Mesa apenas na segunda-feira.
"A procurei para dizer que ela
quebrou a minha confiança."
Perguntada sobre de quem
partiu a ordem de encaminhar
o documento para leitura, ela
disse que não responderia.
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