DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Poucas horas após a decisão do Supremo, o deputado Carlos Souza (AM) retornou ao PP, legenda que havia deixado nove dias atrás rumo ao PRB. Souza assinou ficha de filiação ontem à tarde, após ter recebido o que definiu como um "convite honroso" do líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA), para voltar. O "convite" alertou Souza de que poderia haver transtornos para ele caso não voltasse à sigla. (FZ)

 

FOLHA - Por que o sr. decidiu voltar para o PP?
CARLOS SOUZA - No PP eu tenho uma família. Saí não por briga, mas porque outra sigla me acomodou muito bem, o PRB, que me dava garantias de disputar a Prefeitura de Manaus. Saí do PP com saudade e deixei saudade. Deixei amigos lá dentro.

FOLHA - Ficou com medo?
SOUZA - Infelizmente, essa decisão abrupta do Supremo causou um transtorno. E eu tive que me curvar a ela. Não estou acima da lei. Recebi hoje [ontem] de manhã um convite por parte do líder [Mário Negromonte], um convite honroso para voltar às hostes do PP.

FOLHA - Convite ou ameaça?
SOUZA - Convite. Um convite honroso, inclusive assumindo o compromisso de que o candidato do PP aqui em Manaus será quem tiver a maior densidade eleitoral.

FOLHA - O sr. ficou com receio de perder o mandato?
SOUZA - Claro. A lei do Supremo é uma jurisprudência. O Supremo decidiu por culpa do Congresso, que não soube legislar.

FOLHA - Não é constrangedor ter saído e agora voltar?
SOUZA - Não deixa de ser constrangedor. Mas mudei de partido por um ideal, de disputar a prefeitura. Se eu não aceitasse o convite do PP, eu teria uma batalha judicial pela frente, que eu poderia perder.

FOLHA - E o PRB, como fica?
SOUZA - O PRB eu deixo com saudade também.


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