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Gabeira derrota Crivella e enfrenta o PMDB
Candidato do PV confirma ascensão prevista pelo Datafolha; peemedebista diz que conversará com "todas as forças políticas"
Cabral anuncia intenção de aproveitar viagem de Lula ao Estado, amanhã, para tentar aproximá-lo de Paes, ex-secretário-geral do PSDB
DA SUCURSAL DO RIO
Os candidatos Eduardo Paes
(PMDB), 38, e Fernando Gabeira (PV), 67, vão se enfrentar
no segundo turno na disputa
pela Prefeitura do Rio.
Com 99,97% dos votos apurados, Paes tinha 31,98% (1,049
milhão) dos votos válidos, contra 25,61% (839 mil) de Gabeira. Marcelo Crivella (PRB), que
estava em situação de empate
técnico com Gabeira segundo
as pesquisas, aparecia em terceiro, com 19,06% (625 mil votos), e Jandira Feghali (PC do
B) tinha 9,79% (321 mil votos).
Paes disse que ainda hoje começará a conversar com o que
chamou de "todas as forças políticas" do Rio. Com uma exceção: o prefeito Cesar Maia
(DEM), com quem começou na
política em 1992, de quem já foi
considerado herdeiro natural e
que virou seu desafeto.
"Cesar Maia não será minha
prioridade. Certamente não será a força política que vou buscar. Essa cidade precisa de um
prefeito que una. Chega de governar isolado, dialogando com
computador. A cidade precisa
de um político que tenha papel
de gestor, que vá conversar com
as pessoas. E não que se isole, se
esconda, se omita."
Maia deverá apoiar Gabeira.
Sua candidata, Solange Amaral,
teve apenas 3,92% dos votos
válidos (128 mil), acabando em
quinto lugar.
Paes afirmou que não pratica
"turismo eleitoral", no que foi
interpretado como uma crítica
a Gabeira, tido como político
mais vinculado à zona sul do
que aos subúrbios. Também
reiterou já ter tido experiência
no Executivo, como secretário
estadual e subprefeito, diferentemente do oponente.
Gabeira disse que buscará a
formação da "frente mais ampla possível", mas que fará
alianças que não envolvam promessas de cargos. Questionado
sobre o eventual apoio de partidos de esquerda a Paes, disse
que vai procurar os "eleitores
de esquerda". "O processo no
segundo turno não vai ser o de
acrescentar letras à minha coligação. Vai ser uma busca de
apoio na sociedade", afirmou.
Ao longo da campanha, Gabeira foi um dos poucos candidatos que não procuraram relacionar sua imagem à de Lula, já
que sua atuação como deputado federal é crítica ao governo.
"Não houve necessidade de
buscar o presidente Lula para
nenhuma decisão. E, me tornando prefeito do Rio, pretendo ter com ele as relações mais
cordiais e civilizadas possíveis."
Gabeira confirmou nas urnas
uma ascensão que começou no
início de setembro. Foi um
crescimento de dez pontos percentuais -em votos válidos-
em um mês e meio de campanha, como registrado pelo Datafolha. No mesmo período,
Crivella perdeu sete pontos.
Visita de Lula
Paes, ex-secretário estadual
de Esportes e Lazer do Rio, entrou na disputa no último dia
de prazo para desincompatibilização, após o governador Sérgio Cabral (PMDB) romper
acordo com o PT que previa seu
apoio ao deputado estadual
Alessandro Molon -que terminou a apuração em quinto, com
4,97% dos votos (162 mil).
Ao votar, Cabral anunciou
sua intenção de aproveitar a
agenda de Lula amanhã, em
Angra dos Reis, em Macaé e no
Rio, para tentar aproximá-lo de
Paes, ex-secretário-geral do
PSDB e crítico do governo ao
atuar na CPI do Mensalão.
"Vou, por acaso, conversar
muito com o presidente, que
está chegando aqui no dia 7 e
vai passar o dia comigo. Evidentemente que tem muito
tempo de avião, helicóptero,
carro, almoço, e acho que esse
será um tema importante."
Lula preferia que Crivella
disputasse o segundo turno, de
quem se aproximou por meio
do vice-presidente José Alencar, do mesmo partido do senador. Cabral quer usar a força do
presidente para que Crivella e
Jandira -ambos de partidos da
base aliada- apóiem Paes.
Crivella não quis falar com a
imprensa sobre a sua exclusão
do segundo turno, que classificou em nota como "inesperado
revés eleitoral".
Também em nota, Jandira
criticou a imprensa. "Fomos
indignamente excluídos do noticiário como campanha competitiva, inclusive das fotos."
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