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Pinheiro derrota ACM Neto e vai ao 2º turno
Disputa entre petista e o PMDB, do prefeito João Henrique, da base aliada, deve comprometer participação de Lula
Para o governador, Jaques Wagner (PT), Lula não deve ir a Salvador; rompimento da sigla com a candidatura de João Henrique irritou Geddel
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
MANUELA MARTINEZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM SALVADOR
O prefeito João Henrique
Carneiro (PMDB) e o deputado
federal Walter Pinheiro (PT),
que vão disputar o segundo turno para a Prefeitura de Salvador, colocaram o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em
uma situação "delicada" na capital baiana -o PMDB é o principal partido de sustentação da
base do governo federal.
Com 99,97% das urnas apuradas, o prefeito tinha 30,97%
dos votos válidos e Walter Pinheiro, 30,06%, uma diferença
de pouco mais de 11,5 mil votos.
Em seguida, pela ordem, apareciam o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto
(DEM), com 26,68%, o ex-prefeito Antonio Imbassahy
(PSDB), com 8,36%, e o servidor público Hilton Coelho
(PSOL), com 3,94%.
"Vou sugerir para o presidente que, nas cidades onde haja
disputas entre PT e PMDB, os
membros do governo fiquem
eqüidistantes", disse o governador Jaques Wagner (PT).
Ele afirmou que, se algum
membro do governo federal
participar da disputa na capital
baiana, ele também vai entrar
na campanha. Sua maior preocupação é o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira
Lima. "Se ele entrar representando o presidente Lula, é evidente que vou entrar também",
disse Wagner.
Ao mesmo tempo em que comemorava a passagem do prefeito para o segundo turno,
Geddel Vieira Lima aproveitou
uma frase do governador para
responder a Jaques Wagner.
Na última sexta-feira, o petista
disse que o político tem de ter o
"juízo de saber que deve esperar a fila andar", ao ser questionado se não temia um confronto com o ministro Geddel nas
eleições de 2010.
"O governador falou que tem
de ter fila. Pois bem, a fila diz
que João Henrique é o candidato à reeleição e que Walter Pinheiro apenas participou de
sua administração."
Até março deste ano, o PT
apoiava a administração de
João Henrique. O rompimento
aconteceu depois que o PT decidiu lançar candidato próprio
à prefeitura, decisão que deixou Geddel irritado.
Durante toda a campanha,
Pinheiro e João Henrique trocaram acusações no horário
eleitoral gratuito e abusaram
do uso da imagem do presidente Lula. O PT chegou a recorrer
à Justiça Eleitoral para tentar
impedir João Henrique de usar
fotos e imagens do presidente,
que não participou da campanha em Salvador.
"O segundo turno é uma outra eleição, mas confio muito
no apoio que recebi durante toda a campanha", disse João
Henrique, após confirmação de
que estava no segundo turno.
O prefeito disse também que
vai manter o mesmo ritmo da
campanha do primeiro turno.
"Vou percorrer novamente toda a cidade para mostrar aos
eleitores, mais uma vez, que tenho as melhores propostas para administrá-la."
Walter Pinheiro também disse que vai intensificar o trabalho nos próximos 20 dias para
conseguir os votos necessários
à vitória.
"Vou sair agora em busca de
mais apoios, porque acho importante Salvador aproveitar a
parceria que já existe entre o
governador Jaques Wagner e o
presidente Lula."
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