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CONGRESSO
Deputados resistem à emenda constitucional que limita a necessidade de licença para que sejam processados
Falta de consenso pode barrar votação do fim da imunidade
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As resistências à proposta e a
falta de consenso entre os líderes
poderão comprometer a votação
do projeto de emenda constitucional que limita a imunidade
parlamentar. A proposta entra
hoje em discussão no plenário da
Câmara, e sua votação está prevista para amanhã.
O projeto atinge os atuais congressistas que estejam com pedido de licença em tramitação no
Congresso.
O líder do PMDB, Geddel Vieira
Lima (BA), vai reunir a bancada
do partido para decidir como seus
deputados votarão. Ele foi procurado por peemedebistas descontentes com o projeto.
Os peemedebistas argumentam
que a proposta deixa os congressistas expostos à perseguição política. "Deputados têm restrições.
Vamos ver o tamanho e a capacidade de convencimento deles",
afirmou Geddel.
A limitação da imunidade a opiniões, palavras e votos dos congressistas durante o exercício do
mandato, como estabelece a proposta, ressuscitou a discussão sobre a votação do projeto que torna
mais rígida a Lei de Imprensa.
Deputados que resistem à aprovação do projeto afirmam que a
imprensa tem uma lei que a protege, o Ministério Público não
aceita a limitação da divulgação
de informações (como previa a
Lei da Mordaça) e apenas os congressistas ficarão vulneráveis a
ações na Justiça, com a entrada
em vigor da emenda.
O projeto de imunidade voltou
à pauta dentro do chamado pacote ético, lançado pelo presidente
da Casa, Aécio Neves (PSDB-MG), para contrapor aos escândalos recentes envolvendo políticos. Enquanto discute a possibilidade de limitar a imunidade parlamentar, a Câmara deixa na gaveta 42 ofícios do STF (Supremo
Tribunal Federal) pedindo licença
para processar deputados.
Os pedidos envolvem 31 deputados, dois deles ocupando cargo
de ministro de Estado.
O ofício do Supremo mais antigo é de 1993. O inquérito trata de
difamação na propaganda eleitoral envolvendo o deputado Freire
Júnior (PMDB-TO). A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)
aprovou o parecer contra a concessão da licença, mas ainda falta
votação pelo plenário da Casa.
Dos 42 ofícios, 21 já foram analisados pela CCJ, etapa preliminar,
e 18 deles receberam parecer contrário à concessão da licença.
Há três anos o projeto está
pronto para ser votado pelo plenário, mas nunca houve acordo
entre os deputados para dar seguimento à proposta. Aécio afirmou que não espera consenso,
mas formar uma maioria que permita sua aprovação.
Como se trata de emenda constitucional, são necessários 308 votos dos 513 deputados. É necessária aprovação em dois turnos no
plenário da Câmara. Depois, a
proposta deve voltar ao Senado.
Isso porque o texto em discussão na Câmara é proposta que
modifica outra já aprovada no Senado -que mantinha a necessidade de licença para que um parlamentar possa ser processado.
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