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Jucá vai alterar
parecer para
atender "lobby"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Romero Jucá
(PMDB-RR), relator da reforma
tributária, anunciou ontem que
vai alterar seu parecer para, mais
uma vez, atender ao lobby de governadores e prefeitos.
A principal mudança é a destinação da verba do Fundo de Desenvolvimento Regional -criado
pelo projeto com 2% da receita do
Imposto de Renda e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), cerca de R$ 2 bilhões
anuais- a investimentos em infra-estrutura, a partir de 2005.
Pelo texto aprovado na Câmara,
os recursos seriam usados em
empréstimos ao setor privado,
modelo rejeitado pelos governadores. Já o Ministério da Fazenda
resistia à idéia de ampliar os investimentos, o que eleva o déficit
público. A saída: os Estados não
receberão nada em 2004; terão R$
1 bilhão anual em 2005 e 2006; em
2007, R$ 1,5 bilhão; o valor chegará a R$ 2 bilhões a partir de 2008.
"O empréstimo ao setor privado não atendia aos Estados. Governadores achavam que não era
compensação ao fim da guerra
fiscal. Então negociamos para começar [o fundo] a partir de 2005."
Também haverá uma medida
para agradar aos prefeitos. Jucá
proporá que o FPM (Fundo de
Participação dos Municípios) fique com toda a arrecadação adicional esperada para o IPI, o que
renderá aos municípios, segundo
as estimativas do senador, mais
R$ 1,8 bilhão por ano.
Espera-se um aumento de receita do IPI em razão das novas regras anunciadas na semana passada para a Cofins. Pela legislação
atual, empresas podem descontar
no IPI parte do que já pagaram
em Cofins. A nova Cofins elimina
esse mecanismo.
"Será injeção na veia para os
municípios, sem precisar de lei
complementar. Deve representar
algo em torno de 8% de acréscimo
nos recursos que cada prefeito recebe todo mês pelo FPM." Ele
afirmou que o aumento no FPM
foi negociado com o governo.
Jucá também defendeu o enquadramento de máquinas e
equipamentos agrícolas na alíquota mínima do ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços).
Atendendo a uma reivindicação
de representantes da região Centro-Oeste, Jucá disse que irá apresentar emenda incluindo a matéria-prima agrícola para produtos
da cesta básica entre os produtos
sobre os quais incidirá a menor
alíquota do ICMS. Pelo seu texto
anterior, os produtos da cesta básica terão isenção ou alíquota mínima, mas a matéria-prima, não.
Na votação das emendas ontem, foram aprovados destaques
importantes. Um deles retira a tributação pelo IPVA de embarcações e aeronaves. A emenda foi
apresentada pelo senador José
Maranhão (PMDB-PB).
Reivindicação do CO, foi aprovada emenda do senador Luiz
Otávio (PMDB-PA) que inclui incentivos fiscais concedidos ao comércio no prazo de 11 anos de
prorrogação. Por fim, foi aprovada emenda do senador Aloizio
Mercadante (PT-SP) para beneficiar o setor cultural: os incentivos
à área não terão prazo para serem
extintos.
(RU)
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