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OUTRO LADO
Irmãos Mazloum não comentam o teor de gravações
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz federal Casem Mazloum que não pode comentar transcrições de conversas
telefônicas sem conhecer a
íntegra da denúncia.
Ele foi questionado sobre
diálogo em que o agente federal César Herman Rodrigues diz ao delegado federal
José Augusto Bellini que
conseguira, para o juiz e seus
familiares, oito passagens
para o Líbano.
"Não tenho condições de
me defender de acusações
pela imprensa sem ter tido
acesso aos autos", diz Casem
Mazloum. "Meu advogado
também não teve acesso aos
autos", diz o magistrado.
O juiz federal Ali Mazloum, titular da 7ª Vara Criminal, ao saber da transcrição de trechos das gravações
feitas pela Polícia Federal,
disse que "não responde por
conversas de terceiros".
A Folha leu para ele trechos do diálogo entre o
agente Rodriguez e o delegado Bellini, no qual este revela
preferência pelo juiz Ali.
Na interpretação da Polícia Federal, o delegado insinuaria que, com o juiz Ali
Mazloum, o acerto financeiro seria mais vantajoso do
que com seu irmão, o juiz
Casem Mazloum, titular da
1ª Vara Criminal.
"A conversa de terceiros é
um problema deles. É preciso indicar qual foi o caso. Há
3.000 processos [sob sua jurisdição] e eles estão abertos.
Desafio quem apresente
qualquer irregularidade",
disse Ali.
"Os réus, presos que condenei, que tiveram o sigilo
quebrado, agora estão com o
caminho aberto para exercer
a vingança", afirma o juiz,
sobre a transcrição de diálogos obtidos por meio de
grampos telefônicos com
autorização judicial.
Ele diz que "há muitas infâmias e difamações, mas
ainda não conheço a acusação", diz.
Ali foi denunciado pelo
Ministério Público Federal
por formação de quadrilha,
ameaça e abuso de poder.
Seu irmão, Casem, por formação de quadrilha, falsidade ideológica e interceptação
ilegal de telefone.
Até o final desta edição, a
Folha não conseguiu ouvir o
juiz João Carlos da Rocha
Mattos, da 4ª Vara Criminal,
tendo deixado recados em
seu gabinete e seu celular.
Os procuradores federais o
denunciaram à Justiça por
formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato,
prevaricação e corrupção
passiva. Sua prisão preventiva foi pedida pelos representantes do Ministério Público.
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