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GOVERNO MINADO
Não há novo nome
Para ministro, substituto saberá "executar as coisas"
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, disse ontem que
vai colocar "um homem que saiba
executar as coisas" à frente da Secretaria Nacional de Segurança. A
declaração foi uma resposta ao
antropólogo Luiz Eduardo Soares, tido como um intelectual com
pouca experiência operacional.
Thomaz Bastos negou que a saída de Luiz Eduardo tenha paralisado os trabalhos da secretaria.
"Estamos funcionando a todo o
vapor. O que precisa naquela secretaria agora é um executivo, um
homem que saiba fazer um planejamento estratégico, que saiba
executar as coisas", afirmou.
Luiz Eduardo deixou o cargo de
secretário há duas semanas, após
a divulgação da contratação de
sua atual mulher, Miriam Guindani, e de sua ex-mulher, Bárbara
Soares. Ele acusa integrantes do
PT que trabalham na secretaria de
terem preparado um dossiê com
denúncias falsas contra ele, com o
objetivo de prejudicá-lo.
Entre as acusações no documento, negadas pelo ex-secretário, estão as de agir como "traficante de pesquisas", superfaturar
um carro, organizar uma viagem
com a sua mulher à Rússia e favorecer com recursos públicos o
município de Canoas (RS).
Loteamento
A Folha publicou ontem entrevista em que o ex-secretário acusa
a Casa Civil de lotear politicamente as superintendências da Polícia
Rodoviária Federal.
Ele cobrou do ministro da Justiça a exoneração de dois funcionários que seriam os responsáveis
pelo suposto dossiê.
Thomaz Bastos negou o loteamento político na Polícia Rodoviária, mas não respondeu sobre a
exoneração dos funcionários.
O ministro afirmou que a Secretaria Nacional de Segurança é a
"menina dos olhos" do governo
Lula. E informou que não há pressa para a escolha do substituto de
Luiz Eduardo.
Genoino
O presidente nacional do PT,
José Genoino, também rebateu as
acusações de Luiz Eduardo Soares. "O PT nacional não indicou,
não sugeriu, não foi ouvido e agora está sendo acusado. Não tem
nada disso, não tem escuta telefônica, não tem dossiê. Se tem uma
disputa interna lá, não botem na
nossa conta", afirmou.
"O PT repudia essas insinuações de que nós, de que alguém do
PT, temos dossiê, fazemos espionagem ou qualquer coisa do tipo", informou o presidente nacional do partido.
Genoino ressaltou ainda que o
PT não foi consultado nem opinou na ocupação da secretaria,
cabendo a decisão, exclusivamente, ao ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos.
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