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São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

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GOVERNO MINADO

Não há novo nome

Para ministro, substituto saberá "executar as coisas"

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse ontem que vai colocar "um homem que saiba executar as coisas" à frente da Secretaria Nacional de Segurança. A declaração foi uma resposta ao antropólogo Luiz Eduardo Soares, tido como um intelectual com pouca experiência operacional.
Thomaz Bastos negou que a saída de Luiz Eduardo tenha paralisado os trabalhos da secretaria. "Estamos funcionando a todo o vapor. O que precisa naquela secretaria agora é um executivo, um homem que saiba fazer um planejamento estratégico, que saiba executar as coisas", afirmou.
Luiz Eduardo deixou o cargo de secretário há duas semanas, após a divulgação da contratação de sua atual mulher, Miriam Guindani, e de sua ex-mulher, Bárbara Soares. Ele acusa integrantes do PT que trabalham na secretaria de terem preparado um dossiê com denúncias falsas contra ele, com o objetivo de prejudicá-lo.
Entre as acusações no documento, negadas pelo ex-secretário, estão as de agir como "traficante de pesquisas", superfaturar um carro, organizar uma viagem com a sua mulher à Rússia e favorecer com recursos públicos o município de Canoas (RS).

Loteamento
A Folha publicou ontem entrevista em que o ex-secretário acusa a Casa Civil de lotear politicamente as superintendências da Polícia Rodoviária Federal.
Ele cobrou do ministro da Justiça a exoneração de dois funcionários que seriam os responsáveis pelo suposto dossiê.
Thomaz Bastos negou o loteamento político na Polícia Rodoviária, mas não respondeu sobre a exoneração dos funcionários.
O ministro afirmou que a Secretaria Nacional de Segurança é a "menina dos olhos" do governo Lula. E informou que não há pressa para a escolha do substituto de Luiz Eduardo.

Genoino
O presidente nacional do PT, José Genoino, também rebateu as acusações de Luiz Eduardo Soares. "O PT nacional não indicou, não sugeriu, não foi ouvido e agora está sendo acusado. Não tem nada disso, não tem escuta telefônica, não tem dossiê. Se tem uma disputa interna lá, não botem na nossa conta", afirmou.
"O PT repudia essas insinuações de que nós, de que alguém do PT, temos dossiê, fazemos espionagem ou qualquer coisa do tipo", informou o presidente nacional do partido.
Genoino ressaltou ainda que o PT não foi consultado nem opinou na ocupação da secretaria, cabendo a decisão, exclusivamente, ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.


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