São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2008

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Procuradoria se opôs às buscas contra agentes

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Federal de São Paulo discordou da Polícia Federal e refutou todos os pedidos de busca e apreensão contra agentes federais que atuaram na Operação Satiagraha, deflagrada em julho contra o banqueiro Daniel Dantas, que é investigado por supostos crimes financeiros.
O objetivo da PF é descobrir a origem do vazamento de informações da Satiagraha para a imprensa -durante a madrugada do dia 8 de julho, quando a operação foi deflagrada, policiais afirmaram terem se surpreendido com a presença de equipes de TV no locais-alvos dos mandados judiciais.
Para tentar encontrar indícios de eventual vazamento, a PF pediu ao juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal, a busca e apreensão em diferentes endereços do delegado Protógenes Queiroz, que encabeçou a operação até ser afastado pela chefia da PF, e de policiais ligados a ele.
O procurador da República Roberto Dassié se manifestou de forma contrária aos pedidos da PF -além do vazamento de informações, o procurador investiga o motivo que levou a cúpula da PF a afastar Protógenes.
Segundo a Folha apurou, há um entendimento de que a PF agiu com parcialidade na investigação. Pediu a quebra do sigilo dos agentes federais, mas se negou a apresentar dados solicitados pela Procuradoria.
Por exemplo, a PF não aceitou fornecer os nomes de todos os policiais que atuaram na Satiagraha e, sob a alegação de sigilo, também se negou a revelar os comprovantes de gastos da operação. No documento à Justiça, a PF juntou apenas uma parte dos gastos -cerca de R$ 5.000, de um total aproximado de R$ 400 mil.
A PF também se negou a fornecer ao Ministério Público a transcrição integral de uma reunião entre Protógenes e a chefia dele, que foi gravada, onde ficou acertada a saída do delegado do caso. A polícia disponibilizou apenas trechos da conversa.
Ao Ministério Público Protógenes informou que, ao contrário do que diz a cúpula da PF, ele não pediu afastamento da Satiagraha.
Nem a PF, nem o Ministério Público Federal, nem o juiz federal forneceram detalhes sobre a operação desencadeada ontem. A Procuradoria da República informou que o procurador Roberto Dassié está de férias.
"O caso está em sigilo, não posso me pronunciar", afirmou Ali Mazloum.


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