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Procuradoria se opôs às buscas contra agentes
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Federal de São Paulo discordou
da Polícia Federal e refutou
todos os pedidos de busca e
apreensão contra agentes federais que atuaram na Operação Satiagraha, deflagrada
em julho contra o banqueiro
Daniel Dantas, que é investigado por supostos crimes financeiros.
O objetivo da PF é descobrir a origem do vazamento
de informações da Satiagraha para a imprensa -durante a madrugada do dia 8 de
julho, quando a operação foi
deflagrada, policiais afirmaram terem se surpreendido
com a presença de equipes
de TV no locais-alvos dos
mandados judiciais.
Para tentar encontrar indícios de eventual vazamento, a PF pediu ao juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal, a
busca e apreensão em diferentes endereços do delegado Protógenes Queiroz, que
encabeçou a operação até ser
afastado pela chefia da PF, e
de policiais ligados a ele.
O procurador da República Roberto Dassié se manifestou de forma contrária
aos pedidos da PF -além do
vazamento de informações,
o procurador investiga o motivo que levou a cúpula da PF
a afastar Protógenes.
Segundo a Folha apurou,
há um entendimento de que
a PF agiu com parcialidade
na investigação. Pediu a quebra do sigilo dos agentes federais, mas se negou a apresentar dados solicitados pela
Procuradoria.
Por exemplo, a PF não
aceitou fornecer os nomes
de todos os policiais que
atuaram na Satiagraha e, sob
a alegação de sigilo, também
se negou a revelar os comprovantes de gastos da operação. No documento à Justiça, a PF juntou apenas uma
parte dos gastos -cerca de
R$ 5.000, de um total aproximado de R$ 400 mil.
A PF também se negou a
fornecer ao Ministério Público a transcrição integral
de uma reunião entre Protógenes e a chefia dele, que foi
gravada, onde ficou acertada
a saída do delegado do caso.
A polícia disponibilizou apenas trechos da conversa.
Ao Ministério Público
Protógenes informou que, ao
contrário do que diz a cúpula
da PF, ele não pediu afastamento da Satiagraha.
Nem a PF, nem o Ministério Público Federal, nem o
juiz federal forneceram detalhes sobre a operação desencadeada ontem. A Procuradoria da República informou que o procurador Roberto Dassié está de férias.
"O caso está em sigilo, não
posso me pronunciar", afirmou Ali Mazloum.
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