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Presidente do Senado critica STF e Planalto
Garibaldi diz que não queria deixar cargo sem condenar o excesso de MPs e a interferência do Judiciário
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua direita e o
presidente Gilmar Mendes
(Supremo Tribunal Federal) à
sua esquerda, o presidente do
Senado, Garibaldi Alves Filho
(PMDB-RN), criticou ontem o
Judiciário, a edição de MPs pelo Executivo e a falta de empenho do Legislativo em aprovar
as reformas constitucionais.
As declarações foram feitas
na sessão solene do Congresso
Nacional para comemorar os
20 anos da promulgação da
Constituição. O encontro contou também com a participação
do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e do vice-presidente José Alencar.
"Gostaria de dizer que a
Constituinte de 1988 nos levou
a uma situação de balanceamento não muito equilibrado
entre os três Poderes, de modo
que a culpa também não é do
presidente Gilmar Mendes.
Aqui e acolá, o Poder Judiciário
esquece que é Poder Judiciário
e pensa que é Poder Legislativo", disse Garibaldi, aplaudido.
Após criticar o excesso de
MPs, ele observou: "O presidente Lula não é culpado. O uso
do cachimbo faz a boca torta.
Na verdade, ele encontrou na
sua mão um instrumento capaz
de fazer com que as coisas andem no Executivo, mas ao arrepio do processo parlamentar".
Garibaldi também cobrou do
presidente maior participação
na aprovação de reformas
constitucionais: "Por que adiar
a reforma política? Por que
adiar a reforma tributária? O
que está faltando, meu Deus?",
disse. "Este Congresso só será
digno da Constituinte se, com a
liderança do presidente Lula,
impulsionar um processo de
reformas", afirmou Garibaldi.
Garibaldi provocou risos ao
explicar as razões de sua coragem: "Desculpem. Talvez seja o
fato de que eu estar quase me
despedindo que me dá essa coragem. O fato de deixar a presidência do Senado no dia 1º de
fevereiro já me dá esse sentimento. Eu só quero levar comigo a certeza de que não me omiti diante do que vi", afirmou.
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