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"Efeito Ciro" implode grupo de Marta em SP
Parte da ala do PT ligada à ex-prefeita rejeita proposta de candidatura própria da sigla e trabalha por deputado do PSB para o governo
Intenção da ex-ministra de ver Antonio Palocci à frente da chapa que vai disputar
o Palácio dos Bandeirantes divide seus simpatizantes
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo político ligado à ex-prefeita Marta Suplicy, hegemônico no PT paulista há pelo
menos seis anos, está próximo
da dissolução por conta da disputa envolvendo a candidatura
da sigla ao governo do Estado e
dos planos da ex-prefeita de
concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados em 2010.
Parte dos principais "martistas", como são chamados internamente os apoiadores da ex-prefeita, se empenhou em pavimentar o caminho para que Ciro Gomes (PSB-CE) tenha o
apoio do PT na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Marta, no entanto, trabalha
por uma candidatura própria
da sigla, de preferência a do deputado federal e ex-ministro da
Fazenda Antonio Palocci, que
seria uma espécie de herdeiro
natural, na visão da ex-prefeita,
do comando de seu grupo.
No mês passado, Marta afirmou que Ciro "não tem nada a
ver com São Paulo".
Líder do PT na Câmara dos
Deputados, Cândido Vaccarezza (SP), por exemplo, alega que
Ciro poderia ajudar Dilma
Rousseff (pré-candidata do PT
ao Planalto) e concorrer com
chances de vitória no Estado.
"É nessa medida, a de um palanque forte para a Dilma e de
um nome forte junto ao eleitor,
que a candidatura de Ciro Gomes ganha força", diz Vaccarezza -que sempre foi identificado como um "martista".
A posição de Vaccarezza é
compartilhada internamente
pelos também deputados federais José Mentor, Devanir Ribeiro e Jilmar Tatto, expoentes
da gestão de Marta na Prefeitura de São Paulo (2001-2004).
Ao lado da ex-prefeita na defesa de Palocci como pré-candidato permaneceram Rui Falcão, líder do partido na Assembleia paulista, Antonio Donato,
vereador na capital, e Carlos
Zaratini, deputado federal, os
três ex-secretários de Marta.
"Entendo que o PT deva
apresentar uma candidatura
própria aos aliados, e acho que
o Palocci é nosso melhor nome,
mas reconheço que hoje há um
importante movimento pró-Ciro", afirmou Donato.
Vaga aberta
Palocci se reuniu recentemente com seus correligionário em São Paulo e disse que
não pretende se colocar como
pré-candidato antes que Ciro
decida qual eleição irá disputar
-o Palácio do Planalto ou o Palácio dos Bandeirantes.
Na prática, isso significa que
o PT ficará sem ter um nome
para trabalhar eleitoralmente
até o início do ano que vem,
quando o deputado do PSB deverá tomar sua decisão.
A despeito da recusa de Palocci, seus correligionários vão
inscrevê-lo como pré-candidato no diretório estadual.
Na avaliação dos que tentam
convencer o deputado petista a
entrar na disputa, uma eventual candidatura Ciro ao governo paulista poderá criar um novo polo de oposição ao PSDB no
Estado, vaga hoje automaticamente ocupada pelo PT.
A outra opção anti-Ciro
aventada no PT seria convencer Marta a concorrer novamente ao governo, mas a ex-prefeita já avisou o seu entorno
que pretende se candidatar novamente a deputada federal.
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