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Posse de senador põe fim a crise
Tucano cassado desiste de recorrer e Sarney empossa o 2º colocado em RO
Acir Gurgacz reconhece que empresas são alvo de mais de 200 processos na Justiça; recém-empossado também responde por crime eleitoral
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após provocar uma crise entre poderes no inicio desta semana, o senador Expedito Júnior (PSDB-RO) desistiu ontem do recurso apresentado no
Senado contra a decisão do STF
(Supremo Tribunal Federal)
que cassou seu mandato. Acir
Gurgacz (PDT-RO) assumiu a
vaga. Ele também sofre processos na Justiça Eleitoral e, se
condenado, poderá perder a cadeira recém-conquistada.
Expedito foi acusado de compra de votos e abuso de poder
econômico durante a eleição de
2006. Mesmo depois de ter sido
cassado em todas as instâncias,
resistiu com recursos ao STF.
Na semana passada, o tribunal
determinou que a Mesa Diretora do Senado (colegiado de comando da Casa) destituísse Expedito e empossasse Gurgacz,
segundo colocado no pleito.
Orientado por colegas do
DEM e do PSDB, Expedito recorreu à Mesa. A estratégia foi
combinada com o presidente
do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), que, apesar disso,
disse que foi "voto vencido" na
questão e que o Senado deveria
ter cumprido a decisão.
A posição ambígua de Sarney
irritou os demais integrantes
da Mesa. "Ele [Sarney] podia
ter tomado a decisão sozinho.
Nem precisava ouvir a Mesa",
afirmou o primeiro-secretário,
Heráclito Fortes (DEM-PI).
A estratégia de protelar a cassação fracassou quando o presidente da CCJ, Demóstenes
Torres (DEM-GO), assumiu a
relatoria e prometeu parecer
na semana que vem. "Ninguém
contava com isso", disse Lobão
Filho (PMDB-MA).
A repercussão negativa e as
reclamações dos ministros do
STF também levaram ao recuo.
Ontem pela manhã, o líder do
PSDB, Arthur Virgílio (AM), telefonou para Expedito para
convencê-lo a desistir. "Não esperávamos que esse assunto virasse uma crise institucional
que abalasse ainda mais a imagem do Senado", disse o tucano.
Depois de receber a notícia
de que Expedito renunciaria,
Sarney empossou Gurgacz e,
em seguida, foi ao STF para
tentar desfazer o mal-estar.
Gurgacz reconheceu que
suas empresas são alvo de mais
de 200 processos na Justiça comum. Na Justiça Eleitoral de
Rondônia, o novo senador responde a processo por suposto
uso de um jornal da família para promoção da sua candidatura nas eleições de 2006.
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