ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Roberto Podval, que representa o empresário Sérgio Gomes da Silva, disse ontem que a denúncia criminal apresentada pelo Ministério Público contra seu cliente "é absolutamente vazia". Ele disse esperar que a denúncia seja rejeitada pela Justiça.
De acordo com Podval, a investigação feita por mais de um ano pela Promotoria não colheu nenhuma prova nova. "A denúncia só utiliza as provas colhidas pela polícia há mais de um ano", diz.
O advogado diz que enquanto a polícia partiu de um fato (a morte de Celso Daniel) para chegar a uma conclusão (a responsabilidade das seis pessoas acusadas do crime), o Ministério Público partiu de um suposto culpado (Gomes da Silva) para chegar ao mesmo fato.
Podval diz estranhar a versão da Promotoria segundo a qual o sequestro foi forjado para que Daniel fosse morto. "Pela lógica, seria muito mais fácil forjar um assalto. Segundo essa versão, correram o risco de manter o prefeito em cativeiro durante 24 horas à toa."
A defesa de Gomes da Silva também não concorda com a versão de que Daniel teria saído com o empresário com o objetivo de brigar com ele por causa de esquemas de corrupção na prefeitura. "Eles foram no mesmo carro, conversaram e tomaram vinho; quem quer brigar não faz isso."
Podval diz estranhar a credibilidade que a Promotoria deu ao depoimento de Dionísio de Aquino Severo. "Ele prestou um depoimento no qual não explica nada. Disse que namorou a mulher do meu cliente. Quem contrataria o amante da mulher para matar alguém?"


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