|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Publicitário nega repasse de verba à offshore e negócio com corretoras
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário Marcos Valério
negou qualquer negócio com as
corretoras Laeta e Euro. Também
disse desconhecer qualquer repasse de sua empresa, a 2S Participações, à offshore panamenha RS
Administração. Ele confirmou o
repasse de cerca de R$ 10 milhões
à Guaranhuns. Quantia parecida,
disse, foi destinada à Bônus-Banval. Parte do dinheiro, porém, teria sido devolvida pela corretora.
"O destino do meu dinheiro
obedecia às ordens de Delúbio
Soares. Quando ele desistiu de fazer um pagamento a um político,
que não posso revelar o nome, a
Bônus me devolveu cerca de
R$ 3,5 milhões", afirmou Valério.
O diretor financeiro da Euro
DTVM, Jorge Crispim, negou
qualquer ligação com Lúcio Funaro e Valério, bem como qualquer operação ilícita no mercado
financeiro. Ele lembrou a existência de uma liminar que impede a
quebra dos sigilos fiscal e bancário da Euro. Assim, disse Crispim,
ele não desrespeitaria a decisão se
pronunciando sobre os resultados das operações com a Prece,
sobre eventuais transações com a
Natimar ou outro negócio.
Por meio de sua assessoria, a direção da Prece disse que até a semana passada não havia sido notificada pela SPC sobre os supostos prejuízos com a Laeta e Euro.
Segundo a direção, o vazamento
de informações sobre a fundação
se deve a interesses políticos.
Lúcio Funaro negou irrigar um
suposto esquema para distribuição de recursos a políticos. Disse
que nunca foi sócio, diretor ou
acionista de qualquer instituição
financeira ou corretora. Afirmou
jamais ter operado no mercado financeiro mediante combinação
prévia que resultasse em prejuízo
a fundos de pensão.
Funaro admitiu ser dono da
Royster e da Erst Banking e declarou que não atua como doleiro e
que nunca foi notificado por qualquer órgão fiscalizador sobre investigações envolvendo seu nome. "Torno disponíveis meus sigilos bancário, telefônico e fiscal à
Procuradoria", disse. "Porém,
causa-me estranheza o fato de dados sobre os quais sequer tenho
conhecimento terem vazado à
imprensa. Isso só pode ter ocorrido de duas formas: via CPI dos
Correios ou Coaf. É por esse motivo que recorro ao STF, que não
tem motivações políticas."
Por meio de sua assessoria, a
Bônus-Banval lembrou ter contratado uma auditoria para checar as operações nas quais teve
participação. Os dados foram remetidos à imprensa, à CPI dos
Correios e à PF, com o objetivo de
tornar explícita a vontade da corretora de participar da elucidação
dos fatos. A Bônus-Banval reiterou que todas as ações feitas por
ela aconteceram à luz da legalidade e que, se comprovado um esquema de corrupção, a empresa
foi usada por terceiros, que teriam
se aproveitado da fragilidade de
sua situação financeira à época.
A corretora reafirma que todos
os repasses de verbas foram efetuados com a autorização expressa dos investidores.
O dono da Natimar, Carlos Alberto Quaglia, sustenta que não
conhece Valério. Disse que sua
empresa movimentou milhões de
dólares nos últimos anos porque
emprestou dinheiro de empresas
estrangeiras.
Quaglia disse não ter nenhum
tipo de relacionamento com a RS
Administração ou com empresas
panamenhas. Segundo ele, a conta da Natimar foi usada pela Bônus-Banval à sua revelia.
(LS e JL)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Relatório sobre fundos de pensão vai convocar ex-assessor de Dirceu Índice
|