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Relatório sobre fundos de pensão
vai convocar ex-assessor de Dirceu
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado ACM Neto (PFL-BA), sub-relator da CPI dos Correios, apresenta hoje o primeiro
relatório das investigações realizadas sobre os fundos de pensão.
Segundo a Folha apurou, o caso
mais grave entre os 14 fundos que
tiveram suas contas analisadas é o
da Prece (da Cedae, companhia
de saneamento estadual do Rio).
ACM Neto evitará relacionar
nomes de políticos às operações
que geraram perdas às fundações,
mas pelo menos uma convocação
ligada ao PT já está certa: a de
Marcelo Sereno, ex-secretário de
Comunicação do PT e ex-assessor
de José Dirceu na Casa Civil. Sereno exercia influência no Nucleos,
fundo de pensão dos funcionários
das estatais de energia nuclear.
O deputado apresentará os números das perdas e uma lista com
os nomes das pessoas que serão
ouvidas pela CPI. "Vocês saberão
quem eram os diretores responsáveis [pelos fundos à época em
que as operações irregulares foram realizadas] e, portanto, quem
os indicou. Os interesses ficarão
claros", disse ACM Neto, que
apresenta o relatório hoje, às 11h.
"Deduções sobre ingerências
políticas ficarão para os membros
da CPI, a imprensa e a opinião pública", afirmou. A CPI concentrou-se sobre as operações com títulos públicos e as realizadas na
Bolsa de Mercadorias & Futuros.
Nomes de pessoas físicas e jurídicas do mercado financeiro que
sugiram no escândalo do "mensalão" estão entre os que serão ouvidos pela CPI. Entre os quais, segundo a reportagem apurou, Lúcio Bolonha Funaro e José Carlos
Batista. O primeiro criou a empresa de fachada Guaranhuns. O
segundo, apesar de ter menos de
1% do capital, é o dirigente dela.
De acordo com o empresário
Marcos Valério de Souza, foi por
meio da Guaranhuns que ele passou cerca de R$ 10 milhões de recursos de caixa dois ao PL.
Outro nome que será muito citado é o da corretora Bônus-Banval, pela qual Valério diz ter repassado dinheiro não-contabilizado de campanha ao PP.
Tucanos
A investigação da CPI sobre os
fundos vai de 2000 a 2005, abrangendo três anos do governo do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Uma
das fundações em que há operações supostamente irregulares no
governo FHC é o Geap, dos funcionários públicos federais.
Segundo ACM Neto, há fundos
com problemas antes de 2003 e
outros com fortes indícios de irregularidades a partir daquele. Mas
o quadro seria mais sério no atual
governo, segundo o relatório.
A Previ (Banco do Brasil) não
terá grande destaque no relatório.
Também não deverá ser incluída
nenhuma operação irregular envolvendo o banco Opportunity,
de Daniel Dantas.
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