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Presidente atribui críticas a "nervosismo" da oposição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após dizer que dá importância
semelhante às críticas e aos elogios ao seu governo, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
ontem que existem setores da
oposição que ficam nervosos e irritados pelo "fracasso" esperado
na gestão petista ter se transformado em "sucesso".
A declaração se deu em discurso
na abertura da Conferência Nacional de Assistência Social, num
auditório de eventos de Brasília.
Ao ter o nome anunciado, o presidente ouviu vaias, ofuscadas por
aplausos da maioria dos 1.500
presentes.
"Todo o mundo aqui sabe que
nesse país houve alguém que imaginava o seguinte: esse governo
não vai dar certo, ele não sabe governar, não vai cuidar dos pobres,
não vai fazer nada, então vai ser
um fracasso. E agora tem muita
gente nervosa porque o fracasso
virou sucesso", afirmou, em fala
improvisada de 20 minutos.
Sob aplausos, completou: "E
tem muito mais gente irritada
quando a gente faz comparação.
A gente pode comparar qualquer
número (...) Pode pegar o número
que quiser, a gente pode comparar com eles todos". O presidente
não abordou as vaias, mas tratou
delas indiretamente em diferentes
momentos do discurso.
Ao tratar das políticas sociais do
governo, em especial o Bolsa-Família, Lula afirmou que alguns de
direita, esquerda ou centro gostam de "filosofar" sobre o tema ao
rotular as ações como "assistencialistas". Apesar e atacar os críticos, afirmou que recebe críticas
"verdadeiras" e elogios da mesma
forma.
"Muita gente acha que um governo, ou no nosso caso, a gente,
só gosta de ouvir elogios. São poucos os políticos que desejam apenas ouvir elogios. É importante
ouvi-los, quando são verdadeiros.
Da mesma forma, é importante
ouvir a crítica quando é verdadeira e dar a ela a mesma importância que aos elogios."
Um dos momentos em que Lula
recebeu mais aplausos foi quando
disse que todo real de seu governo
destinado à política social é tido
como "investimento", e não "gasto", como, segundo ele, era nos
governos anteriores.
Ainda entusiasmado com os dados sobre a área social divulgados
na semana passada -e sem mencionar o recuo de 1,2% do PIB-,
Lula falou que "a cada pesquisa
vai melhorar [o resultado dos indicadores]".
(PEDRO DIAS LEITE E EDUARDO SCOLESE)
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