São Paulo, terça-feira, 06 de dezembro de 2005

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Presidente atribui críticas a "nervosismo" da oposição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após dizer que dá importância semelhante às críticas e aos elogios ao seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que existem setores da oposição que ficam nervosos e irritados pelo "fracasso" esperado na gestão petista ter se transformado em "sucesso".
A declaração se deu em discurso na abertura da Conferência Nacional de Assistência Social, num auditório de eventos de Brasília. Ao ter o nome anunciado, o presidente ouviu vaias, ofuscadas por aplausos da maioria dos 1.500 presentes.
"Todo o mundo aqui sabe que nesse país houve alguém que imaginava o seguinte: esse governo não vai dar certo, ele não sabe governar, não vai cuidar dos pobres, não vai fazer nada, então vai ser um fracasso. E agora tem muita gente nervosa porque o fracasso virou sucesso", afirmou, em fala improvisada de 20 minutos.
Sob aplausos, completou: "E tem muito mais gente irritada quando a gente faz comparação. A gente pode comparar qualquer número (...) Pode pegar o número que quiser, a gente pode comparar com eles todos". O presidente não abordou as vaias, mas tratou delas indiretamente em diferentes momentos do discurso.
Ao tratar das políticas sociais do governo, em especial o Bolsa-Família, Lula afirmou que alguns de direita, esquerda ou centro gostam de "filosofar" sobre o tema ao rotular as ações como "assistencialistas". Apesar e atacar os críticos, afirmou que recebe críticas "verdadeiras" e elogios da mesma forma.
"Muita gente acha que um governo, ou no nosso caso, a gente, só gosta de ouvir elogios. São poucos os políticos que desejam apenas ouvir elogios. É importante ouvi-los, quando são verdadeiros. Da mesma forma, é importante ouvir a crítica quando é verdadeira e dar a ela a mesma importância que aos elogios."
Um dos momentos em que Lula recebeu mais aplausos foi quando disse que todo real de seu governo destinado à política social é tido como "investimento", e não "gasto", como, segundo ele, era nos governos anteriores.
Ainda entusiasmado com os dados sobre a área social divulgados na semana passada -e sem mencionar o recuo de 1,2% do PIB-, Lula falou que "a cada pesquisa vai melhorar [o resultado dos indicadores]". (PEDRO DIAS LEITE E EDUARDO SCOLESE)

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