São Paulo, terça-feira, 06 de dezembro de 2005

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Bornhausen nega acordo entre PFL e PSDB e confirma Maia para 2006

YALA SENA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou ontem que o partido não fechou acordo com o PSDB para a eleição presidencial de 2006 e ratificou a pré-candidatura do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, à Presidência da República.
"Não existe acordo. A decisão do prefeito Cesar Maia de ser candidato à Presidência da República foi tomada há um ano e não houve nenhuma alteração nessa rota", afirmou Bornhausen, num encontro em Teresina (PI) que lançou o senador Heráclito Fortes (PFL) ao governo do Piauí.
Cesar Maia havia dito que desistiria de sua candidatura se o nome de José Serra (PSDB), prefeito de São Paulo, fosse lançado à disputa pela Presidência: "A sensação do PFL é a de que o Serra é um candidato fortíssimo. Disse oficialmente ao partido: não seria candidato contra o Serra em hipótese nenhuma", disse o prefeito do Rio.
Ao mesmo tempo, Maia descartou a candidatura do governador paulista, Geraldo Alckmin, à Presidência porque "a próxima campanha vai ser violenta": "Acho que a candidatura do Alckmin é muito frágil. Ele não participou de nenhuma campanha pesada. Não foi testado na sua capacidade de resistência", declarou o prefeito anteontem ao colunista da Folha Josias de Souza.

Outro nome
Bornhausen descartou ontem a possibilidade de Cesar Maia desistir da candidatura ao Planalto e disse que as declarações do prefeito do Rio de Janeiro foram apenas "observações políticas". Ele disse que, mesmo que Maia desista da candidatura, o partido lançará outro nome à Presidência.
Também presente no encontro em Teresina, Maia disse que uma eventual candidatura de José Serra inviabilizaria a sua, pois eles têm perfis parecidos. "No imaginário do eleitor, o perfil de José Serra e o meu coincidem. Então, não cabem as duas candidaturas. Não é correto a oposição apresentar duas candidaturas que disputem o mesmo tipo de eleitor."
Cesar Maia reafirmou a sua posição de que abrirá mão de sua candidatura se José Serra for candidato à Presidência, mas disse que, de qualquer forma, o PFL terá candidato próprio em 2006.
"A minha opinião é que a candidatura de José Serra inviabiliza a minha. Não é o caso da candidatura do Geraldo Alckmin. Agora, não quer dizer que, com a candidatura do Serra, o PFL não terá outro candidato. Temos nomes e defendemos candidatura própria", afirmou o prefeito.

Maciel e Bornhausen
Ele citou como possíveis nomes do PFL, em caso de sua desistência, o do vice-presidente do partido, Marco Maciel, o do senador Jorge Bornhausen e o do senador José Agripino (RN), líder do partido no Senado.
De acordo com o prefeito do Rio, a candidatura do governador de São Paulo enfrentaria dificuldades devido à exaustão da hegemonia política do Estado.
"Acredito que o governador Geraldo Alckmin terá dificuldades em função da exaustão da hegemonia de São Paulo", afirmou o prefeito. "Vivemos uma exaustão da hegemonia de São Paulo. Já são três governos seguidos sob a hegemonia de São Paulo", disse, referindo-se aos governos Fernando Henrique (1995-2002) e Lula.
"O PT e o PSDB disputam o poder em São Paulo e isso imediatamente se transforma num conflito nacional. A discussão econômica em São Paulo se transforma em discussão nacional. Vivemos um processo de exaustão de hegemonia de São Paulo", ressaltou.


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