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Ipea avalia que política cultural não avançou
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A política cultural do governo
Lula terá pela frente a ampliação e
a melhoria do financiamento como um dos principais desafios a
serem superados no setor, ao lado
da criação de um Plano Nacional
de Cultura. Essa é uma das conclusões do mais recente "Boletim
de Políticas Sociais - Acompanhamento e Análise", divulgado pelo
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado
ao Ministério do Planejamento.
Publicado a cada seis meses, o
documento aponta a discussão e
ampliação do financiamento como gargalo para outras duas
áreas: direitos humanos e saúde.
Sobre a Secretaria Especial dos
Direitos Humanos, por exemplo,
o documento diz: "Está claro que
não se trata de mudanças simbólicas, mas sim de dotá-la de recursos e força política adequados ao
desempenho de sua missão".
O último trabalho do Ipea traz
dados referentes ao primeiro semestre de 2005. Como a execução
orçamentária nos primeiros seis
meses do ano costuma ser baixa, o
documento destaca também os
processos de formulação das políticas sociais do governo Lula.
O texto avalia o que chama de
"tensões e polêmicas" de cada
uma das dez áreas analisadas. O
boletim aponta que as políticas
culturais foram submetidas a dilemas envolvendo financiamento,
gestão e descentralização: "Como
em outras políticas, [na política
cultural] o Estado manteve-se em
funcionamento no "nível da água",
isto é, não afundou, mas também
não navegou".
Segundo dados apresentados
no boletim, de 1995 a 2004, a Cultura recebeu da administração direta da União R$ 1,83 bilhão e
mais R$ 2,3 bilhões da indireta.
Na proposta orçamentária deste
ano estão previstos cerca de
R$ 400 milhões para investir em
projetos e obras da pasta.
Segundo a assessoria do Ministério da Cultura, há uma tentativa
de tratar a cultura como questão
de Estado, não de governo, por isso está sendo montado o Plano
Nacional de Cultura. A Secretaria
dos Direitos Humanos não havia
comentado o relatório até a conclusão da edição.
(LUCIANA CONSTANTINO)
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