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Falta consenso
para contabilizar
número de pobres
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil ainda não dispõe
de uma contabilidade oficial
do número de pobres. Embora o primeiro decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quatro anos
atrás, tenha determinado estudos para a definição de
uma linha oficial de pobreza,
ela ainda não existe.
Depois de sucessivos adiamentos, estudos desenvolvidos por órgãos oficiais de
pesquisa e pelo Ministério
do Desenvolvimento Social
deveriam ter sido apresentados após as eleições, mas, segundo a Folha apurou, não
foram divulgados por falta
de consenso entre técnicos.
O Radar Social do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado
ao Ministério do Planejamento, contabiliza cerca de
52,5 milhões de pobres no
país, considerando famílias
com renda de até meio salário mínimo por pessoa.
A edição mais recente do
Radar leva em conta dados
da Pnad (Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios)
de 2004, a mesma que serviu
de base para a meta de beneficiários do Bolsa Família
-de 11,1 milhões de famílias.
O programa de governo da
reeleição diz que "mais de 45
milhões de pessoas" podiam
ser consideradas pobres ou
extremamente pobres.
O Bolsa Família paga entre
R$ 15 e R$ 95 por mês a famílias que com renda mensal
de, no máximo, R$ 120 por
pessoa. Não importa a região
ou o custo de vida.
Os valores de acesso ao
principal programa social do
governo estão abaixo das linhas de pobreza trabalhadas
por Sonia Rocha.
Na região metropolitana
de São Paulo, por exemplo, a
ecnomista considera pobres
famílias com renda mensal
de até R$ 261,60 por pessoa.
Já na área rural da região
Norte, são consideradas pobres pessoas com renda
abaixo de R$ 66,19 por mês.
O estudo de Sonia Rocha leva em conta diferenças no
consumo medidas por pesquisa de orçamentos familiares e no custo de vida das populações de baixa renda.
(MS)
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