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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
"Ele não se agüenta"
Segundo um auxiliar de Lula, o presidente não partilha da idéia, difundida por alguns petistas, segundo a
qual José Dirceu disparou a metralhadora giratória,
na revista "Piauí", para enviar um recado ao Planalto
e/ou a desafetos no PT. Para Lula, cujo filho foi um
dos atingidos pela língua afiada do ex-"capitão do time", ele fez o que fez simplesmente porque "não se
agüenta": precisa falar e se atribuir importância.
Outros acreditam que Dirceu se deixou acompanhar pela reportagem durante dias no exterior na tentativa de legitimar sua atividade de consultor perante
um determinado público, mas que acabou se perdendo ao atirar "até contra o cadarço do próprio sapato",
nas palavras de um integrante do governo.
Bateu, levou. Atingido
por uma bala de Dirceu, que o
chamou de "gaiato", o presidente do Senado, Garibaldi
Alves (PMDB-RN), esteve ontem em Teresina (PI), onde
ganhou um apito de presente
do prefeito. Disse que irá usá-lo para substituir a ensurdecedora sirene do plenário. E
completou, em tom provocativo: "Isso não é gaiatice".
Câmera... Com ou sem
CPMF, Lula quer obras para
inaugurar. E, como no segundo semestre a lei não permite,
por causa da campanha eleitoral, ele já começou a pedir
aos ministros um cronograma
para ser cumprido até junho.
...ação! Na semana passada,
o presidente cobrou de Márcio Fortes (Cidades) um calendário de viagens por vários
Estados em fevereiro e março
para marcar a "autorização do
início de obras" de saneamento e urbanização do PAC. Já
Fernando Haddad (Educação) foi orientado a concluir
até abril obras em universidades e escolas federais.
Sumiu. A lipo nas emendas
coletivas deve atingir a sexta
penitenciária federal que o
governo planejava construir.
O Orçamento previa R$ 8 mi.
Contagem regressiva. A
disposição manifestada por
parte dos oposicionistas para
obstruir o Orçamento levou
pânico à comissão mista que
cuida do tema. Como ela tem
de ser renovada em março,
deputados e senadores temem não ter tempo de votar a
versão final da matéria.
Corte. Os presidentes do PT
paulista, Edinho Silva, e do diretório da capital, José Américo, terão encontro ainda
neste mês com Orestes Quércia. O sonho é uma aliança
com o PMDB caso Marta Suplicy decida ser candidata.
Ilha. Forte na capital, o
PSDB carece de candidatos
competitivos na Grande São
Paulo. Das principais cidades,
por ora o partido só tem chances razoáveis em Osasco, com
o ex-prefeito Celso Giglio.
Notáveis. O Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, terá um
conselho para fazer sugestões
à sigla no ano eleitoral. Entre
os integrantes, que se reunirão a cada três meses, estão a
ex-primeira-dama Ruth Cardoso e o ex-presidente do IBGE Sergio Besserman.
Equilibrista. Apoiado por
PT e PSDB, o governador Paulo Hartung (PMDB-ES) ficará
"neutro" em Vitória. Os tucanos pretendem lançar Paulo
Carnelli, presidente da companhia estadual de saneamento, contra o prefeito, João
Coser (PT), com quem Hartung tem boa relação.
No laço. Em busca da reeleição agora e de olho no pleito estadual de 2010, o prefeito
de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias (PT), distribui
convites a adversários históricos para ocuparem a vaga de
vice. Até o presidente do DEM
estadual, Rogério Lisboa, foi
procurado, mas deve recusar.
Telemarketing. O diretor
do Detran do DF, Délio Cardoso, é quem recita, todo simpático, o menu de opções na
gravação do serviço de atendimento ao público. Indicado
pelo PSDB, já disputou eleição para deputado distrital e
deve tentar de novo em 2010.
Tiroteio
"Ele já deu contribuições importantes ao PT.
Agora deveria ter ficado quietinho, calmo, em
vez de ressuscitar um tema que já foi
amplamente debatido e está enterrado."
Do vereador paulistano ARSELINO TATTO sobre seu correligionário José Dirceu, que defendeu o ex-tesoureiro Delúbio Soares e afirmou que
a sede do PT gaúcho foi construída "só com dinheiro de caixa dois".
Contraponto
No mesmo barco
Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB em
1992, Aloysio Nunes Ferreira, hoje tucano e secretário da
Casa Civil de José Serra, fazia campanha num bar em Sapopemba, na zona leste da cidade. De mesa em mesa distribuía seus santinhos, até que veio a pergunta:
-Candidato do Fleury?-, indagou um cliente em referência ao então governador, de quem Aloysio era vice.
-Isso mesmo! Candidato do Fleury-, repetiu Aloysio.
-Então o senhor está igual a nós-, constatou o eleitor.
-É mesmo?!-, rebateu o candidato, algo intrigado.
-É mesmo. Estamos estrepados. E o senhor também!
De fato, ele nem sequer chegou ao segundo turno.
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