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MATO GROSSO
Promotoria quer reduzir ganhos de R$ 75 mil de membro do TCE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
O Ministério Público de
Mato Grosso pediu à Justiça
a suspensão de pagamentos
acima do teto constitucional
para o ex-deputado estadual
Humberto Bosaipo (DEM),
hoje conselheiro do Tribunal
de Contas do Estado.
De acordo com a Promotoria, ele recebe mensalmente
um total de cerca de R$ 75
mil vindos de quatro fontes,
todas públicas.
"Em hipótese alguma pode
haver a cumulação de três ou
mais cargos públicos e essa
vedação também se estende
ao pagamento de remunerações e proventos de aposentadoria", diz a ação, assinada
por seis promotores.
Empossado no TCE em
dezembro de 2007, Bosaipo
recebe salário de R$
22.111,55, teto do funcionalismo estadual -90% do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Assim que deixou a Assembleia Legislativa para assumir a vaga, Bosaipo também se habilitou a receber a
"pensão parlamentar mensal", concedida pelo conselho deliberativo do extinto
Fundo de Assistência Parlamentar e equivalente a 100%
da remuneração como deputado: R$ 12.384,07.
Em 2002, segundo apurou
a Promotoria, o conselheiro
obteve uma aposentadoria
como servidor do Legislativo, no cargo de técnico de
apoio legislativo. À época, ele
ocupava a presidência da Casa e teve seu benefício calculado com base no salário obtido nessa função.
Com o acréscimo de gratificações e adicional por tempo de serviço, a remuneração
foi definida em R$ 28.483,41.
No mesmo ano, Bosaipo
assumiu interinamente o governo do Estado por 15 dias.
Foi o suficiente para também ser contemplado com
uma pensão vitalícia concedida aos ex-governadores:
R$ 12.294,32.
Além da suspensão dos pagamentos que superem o teto, a ação pede à Justiça que
seja feito o cálculo dos valores supostamente recebidos
de forma indevida e quer que
dinheiro seja restituído.
Procurado, Bosaipo se limitou a dizer que o assunto
"está resolvido". "O Ministério Público Estadual está
atrasado. Eu cancelei esses
pagamentos ainda em novembro na Secretaria de Administração", disse.
Ontem, o novo presidente
do TCE, Valter Albano, afirmou que, se Judiciário estabelecer que há uma ilegalidade, o tribunal cumprirá "tudo o que for determinado".
O promotor Gustavo Dantas, um dos autores da ação,
afirmou que desconhece documentos que confirmem o
que disse Bosaipo.
(RODRIGO VARGAS)
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