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Painel
RANIER BRAGON (interino) - painel@uol.com.br
Edmar & Edmea
Desde que ergueu seu Castelo Monalisa, tema mais
comentado da nova legislatura do Congresso, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG), corregedor da Câmara, é isento de pagar IPTU sobre os 192 hectares
que abrigam as torres e a megaestrutura do palacete
no município de São João Nepomuceno (MG).
O motivo é que o empreendimento foi construído
em uma área rural, livre do tributo urbano. Pela alíquota, a cidade embolsaria R$ 150 mil por ano se Edmar pagasse o IPTU referente aos R$ 25 milhões que
valeria o castelo. Vereadores já tentaram, sempre sem
sucesso, alterar o zoneamento na Câmara. Quem administra a cidade de 25 mil habitantes, desde 2005, é
Edmea Moreira (PSDB), irmã do deputado.
Raio-X. São João Nepomuceno arrecada R$ 666 mil por
ano com IPTU. A cidade registra índice de pobreza de 31%
da população. O IDH (Índice
de Desenvolvimento Humano) é de 0,76. Belo Horizonte
tem 0,84 (quanto mais próximo de 1, melhor é a situação).
Roteiro. Em 2007, a prefeita
Edmea recebeu do Ministério
do Turismo repasse de R$ 120
mil. O dinheiro foi usado para
"revitalizar" a praça Carlos
Alves, que leva o mesmo nome do distrito onde foi construído o castelo de Moreira.
Pressão. A reunião da Executiva Nacional do DEM na
semana que vem deve discutir
a expulsão sumária de Edmar
Moreira do partido, sem processo na comissão de ética. A
opção radical, prevista no estatuto, será mantida caso Moreira se recuse a deixar a corregedoria da Câmara.
Dr. Bactéria. O hoje corregedor fez apenas quatro discursos em plenário na última
legislatura. Um deles para reclamar da sujeira no serviço
de atendimento médico que a
Casa oferece aos deputados.
Reserva. A família Sarney já
conta com o fato de que João
Alberto (PMDB), vice na chapa de Roseana Sarney, exercerá interinamente o governo
do Maranhão por um bom
tempo caso Jackson Lago
(PDT) seja cassado pelo TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
Roseana fará operação no cérebro nas próximas semanas.
Alberto, diretor do Banco da
Amazônia, é sarneyzista fiel.
Alerta. No debate do Parlamento Europeu sobre o refúgio concedido a Cesare Battisti, deputados ameaçaram retaliar o Brasil. "Esse tema pode ter sérias consequências
para as relações Brasil-União
Europeia", disse Marios Matsakis, de Chipre. O italiano
Mario Borghezio pediu a revisão de acordos de parceria e
da participação brasileira em
reuniões do G8.
Foi leve. Ao terminar de ler
o resumo da sessão, o ministro Celso Amorim (Relações
Exteriores) virou-se para um
assessor e ironizou: "Puxa,
aqui só tem elogio ao Brasil"!
Vem aí. Na semana que
vem, o humor de Amorim deve mudar. É quando o Parlamento italiano se reúne para
discutir o caso. As críticas tendem a ser bem mais pesadas.
Dueto. O ex-prefeito de Macapá João Henrique Pimentel
(PT) negocia um cargo de
confiança na Prefeitura de
São Bernardo (SP). Cantor
amador, diz que é amigo do vice-prefeito, o forrozeiro
Frank Aguiar (PTB). Pimentel foi preso por alguns dias
pela Polícia Federal, em 2004,
sob suspeita de envolvimento
na Operação Pororoca.
Mais um. Luiz Flávio Borges D'Urso começou nesta semana articulação para se reeleger para o terceiro mandato
à frente da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil) paulista.
Troca-troca. Corregedor-geral da gestão Gilberto Kassab (DEM), Benedito Nicotero Filho migrou para uma assessoria especial da secretaria
estadual da Saúde, chefiada
por Luiz Roberto Barradas,
com quem já trabalhou em
Brasília ao lado do então ministro José Serra (Saúde).
com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"Dar guarida a criminosos infelizmente é uma
das características do atual governo."
Do deputado EDUARDO SCIARRA (DEM-PR), sobre a concessão
pelo Ministério da Justiça de refúgio ao italiano Cesare Battisti.
Contraponto
Múltipla escolha
Nos dias que antecederam a eleição para a presidência
da Câmara dos Deputados e para os demais cargos da Mesa Diretora, os corredores da Casa foram tomados por diversos cartazes de candidatos.
Na floresta de anúncios, Manoel Júnior (PSB-PB) também espalhou os seus. Mas com uma peculiaridade: não
indicava o cargo que pleiteava.
Ao ser abordado por jornalistas, o parlamentar justificou a inusitada estratégia:
-Eu ainda não decidi. Vamos ver o que é mais fácil...
O deputado acabou conseguindo apenas uma das vagas
de suplente na Mesa.
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