São Paulo, domingo, 07 de fevereiro de 2010

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Reeleição de Temer reforça chapa com PT

Reconduzido à presidência do PMDB, deputado se fortalece como vice de Dilma

Contrários à aliança com PT não foram à convenção, que tinha sido suspensa por uma liminar derrubada pelo Superior Tribunal de Justiça


GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE

O PMDB elegeu ontem o deputado Michel Temer (SP) para mais um mandato na presidência do partido. Com a vitória da chapa de Temer, a única inscrita na convenção nacional da legenda, ganha força dentro do partido a aliança com o PT nas eleições presidenciais.
A tônica da convenção foi mostrar que o PMDB está unido em torno da Temer para fortalecê-lo na indicação à vice-presidência da República na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Dos 597 peemedebistas que elegeram o novo diretório nacional do partido, apenas seis não votaram favoravelmente à chapa.
Nenhum dos caciques contrários à aliança com o PT compareceu à convenção. O grupo conseguiu liminar suspender a convenção, mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) restabeleceu o encontro.
"Foi uma afronta ao partido, uma violência contra a democracia", disse o ex-governador Orestes Quércia. Ele é favorável a uma aliança com o governador José Serra (PSDB).
O senador Valdir Raupp (RO) foi eleito vice-presidente do PMDB, depois de uma disputa interna com Romero Jucá (RR). Como Temer deve se licenciar do cargo em junho para disputar as eleições, o vice vai assumir o comando do PMDB.
O PT enviou como emissário o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), na tentativa de mostrar que prioriza o PMDB como parceiro na disputa presidencial.
A convenção se transformou num desagravo a Temer, aclamado como o futuro vice-presidente. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também cotado para vice, foi à convenção com o discurso de unidade do partido.
Os ministros Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Hélio Costa (Comunicações) e Edison Lobão (Minas e Energia) foram apoiar Temer. Também estiveram presentes seis governadores, entre eles Sérgio Cabral (RJ).
Temer já deu início às conversas para montar o programa de governo do PMDB depois do Carnaval. O deputado afirmou que o partido quer ser protagonista no eventual governo de Dilma. "Se fizermos aliança, como muito possivelmente vamos fazer, vamos estabelecer um programa para o país. Até então, o PMDB entrava depois no governo. Agora, a gente entra antes", afirmou.



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