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Painel
Acabando a munição
Apesar da vitória pontual por
ter derrubado Chico Lopes do
Banco Central, Malan continua
na mira do PSDB. Caciques tucanos deixaram claro ao presidente que esta é a última chance para
o ministro da Fazenda. O presidente também acha que é. O
apoio no PFL a Malan ainda existe, mas já foi muito mais forte.
Subiu no muro
FHC respondeu que não tinha
outra alternativa a não ser dar
nova chance a Malan. Agora, seria preciso pegar os recursos do
FMI de qualquer jeito. E Malan
seria a pessoa ideal. Afirmou
ainda que, mais à frente, poderá
fazer a substituição na Fazenda.
Cabo-de-guerra
É forte na cúpula do PSDB a articulação para trazer Mendonção de volta ao governo. FHC
quer. Malan não quer muito. E o
PFL não quer de jeito nenhum.
Tucanos trabalham para que um
relatório do Tribunal de Contas
da União dê atestado de idoneidade à privatização das teles.
Prozac via DDD
A preocupação do governo em
diminuir a agressividade da mídia tem tomado muito tempo do
secretário-executivo da Fazenda, Pedro Parente. Nos finais de
tarde, ele procura formadores de
opinião para dizer que o diabo
não é tão feio como parece.
Informação privilegiada
O prefeito de Recife, Roberto
Magalhães (PFL), disse a jornalistas que não vai comentar a indicação de Armínio Fraga para o
Banco Central: "Só falo depois
de ler o livro "A Crise do Capitalismo', do George Soros (megainvestidor e ex-chefe de Fraga), que acabei de comprar".
Retaliação
O líder Aécio Neves quer atrair
para o PSDB parlamentares gaúchos e paraibanos do PMDB que
sempre foram meio tucanos.
Turbo ligado
Em poucas horas, o número de
empregos a ser criado pela empresa "espelho" que disputará
com a Tele Norte Leste subiu como um foguete. No Ministério
das Comunicações, falou-se em
600, talvez 1.000. No Planalto, Pimenta da Veiga anunciou 3.000.
Malandragem arriscada
Apesar de bradar que a prioridade é evitar a volta da inflação,
Malan seguirá recomendação do
FMI para usar o velho dragão a
fim de diminuir duas despesas
pesadas da União: Previdência e
folha de pagamento. Com uma
inflação de 15% em 99, a economia ajudará o governo a cumprir
o novo acordo com o Fundo.
²
Sensibilidade pública
Cresceu 80% a procura dos
moradores de rua de São Paulo
por abrigos nos últimos três meses. Preocupada com a situação,
que deve se agravar com a crise
cambial, a Pastoral do Povo da
Rua pediu reunião com a prefeitura, o Estado e o Ministério Público. Ainda não houve resposta.
²
Factóide pão-de-queijo
Itamar (MG) tem desculpa engatilhada caso opte por não pagar os R$ 108 mi de eurobônus
na quarta. Alegará que tem o dinheiro, mas que a União o segurou. Assim, o governador tentará jogar credores contra FHC.
²
Fofoca da corte
Numa reunião, o tempo fechou
entre Teresa Ter-Minassian,
chefe da missão do FMI, e Pedro
Parente, secretário-executivo da
Fazenda. Pedro Malan e Stanley
Fischer puseram panos quentes.
²
Faltou autocrítica
FHC pensou em criar um empréstimo compulsório. Desistiu
por achar que não convenceria o
Congresso da situação de "calamidade", exigida para a cobrança. Talvez por não ouvir o que se
diz do governo no Legislativo.
²
Quem grita mais
O PMDB peitou e levou. Os tucanos ficaram de bico caído depois que Sergio Amaral disse que
FHC apoiava o imposto verde,
bandeira do ministro peemedebista Padilha (Transportes).
Farra baiana
Saiu do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal) o dinheiro da recepção para 50 pessoas na residência oficial do Senado, no dia
1º, em comemoração à reeleição
de ACM. Conta: R$ 2.700,00.
TIROTEIO
De Geddel Vieira Lima
(PMDB), sobre a sugestão de José Aníbal (PSDB) para Padilha
(Transportes) "modificar seu
vocabulário e procedimentos",
por ter chamado o tucano Aécio
de "moleque de recados":
- Quando queria eleger o Roberto Brant líder tucano, o que o
Aníbal dizia sobre o Aécio era
tão horroroso que não tenho coragem de repetir. Agora, com a
paz de volta ao PSDB, talvez parem de perder deputados.
CONTRAPONTO
Inesperada eloquência
Senador pela Paraíba, Ney
Suassuna (PMDB) costuma passar mais tempo no Rio, onde mora. Mas vai ao Estado natal sempre que precisa cumprir algum
compromisso, sobretudo de natureza eleitoral. Recentemente,
foi convidado a entregar os prêmios aos vencedores dos jogos
olímpicos da cidade de Pilões.
Os jogos foram um sucesso.
A Suassuna coube entregar o
troféu ao vencedor da corrida de
meia distância, um jovem mudo.
O senador fez um discurso antes de entregar o troféu. Depois
de recebê-lo, o mudo pediu para
falar. Para surpresa de Suassuna,
pegou o microfone e passou a
proferir uma sucessão de sons
onomatopéicos.
Mas veio uma surpresa maior:
outro jovem, que acompanhava
o mudo, passou a interpretar o
que ele dizia. Ao final, o mudo foi
muito aplaudido. Suassuna se limitou a comentar, admirado:
- Nunca vi mudo fazer discurso. Muito menos com tradução simultânea!
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