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São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2003

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PAINEL

Precedente de risco
Os ministérios da Defesa e da Justiça defenderam no Planalto a não-prorrogação da presença do Exército no Rio. Avaliam que a decisão abriria um precedente. Outros Estados poderiam querer também o apoio de militares ao policiamento, o que seria inviável economicamente.

Zona de perigo
Ao menos três Estados podem pedir, na avaliação do Planalto, apoio do Exército ao policiamento: Mato Grosso, que sofre com a influência de quadrilhas no Judiciário, Espírito Santo, que tem problemas com o crime organizado, e Rondônia, com conflitos em áreas de garimpo.

Reserva estratégica
Reservadamente, comandantes militares se queixam do deslocamento de tropas para o policiamento. Temem que o cofre da Defesa, já combalido, seque completamente. Só a operação no Rio durante o Carnaval custou R$ 340 mil ao ministério.

Folia urgente
Rosinha Matheus (PSB-RJ) pediu a ajuda do Exército a Marcio Thomaz Bastos (Justiça) na segunda-feira retrasada. Mas o ofício do governo do Rio com a requisição só chegou ao ministério ontem, sete dias após a chegada dos soldados ao Estado.

Ameaça velada
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, esteve ontem com Lula. Disse que, apesar de ainda não ter recebido os cargos que queria, o partido o apoiará na votação das reformas.

Eminência parda
O governador Paulo Souto (PFL-BA) tem dito reservadamente na Bahia temer que a eventual cassação de ACM tumultue seu mandato. Longe de Brasília, o cacique pefelista poderia querer ampliar sua influência na administração estadual. Souto diz que não aceitará.

Woodstock
Depois de desfilar em SP, José Genoino passou o Carnaval fazendo massagem rítmica e tomando banhos de lavanda num spa paulistano. Tudo sob alimentação ovolactovegetariana.

Em recuperação
Secretário-geral da Presidência na primeira gestão de FHC, Eduardo Jorge extraiu um tumor benigno na paratireóide, no Hospital Samaritano, no Rio.

Governo da mudança
Anunciado como novo secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Mário Mugnaini Júnior é tão próximo de Serra que costuma se referir ao tucano como "Zé". Após a eleição, repetia incansavelmente a amigos que "lamentava muito" a vitória do PT.

Freud explica
João Paulo (PT), que se contundiu pela segunda vez no braço esquerdo, ironiza a própria sorte: "Meu lado esquerdo está perdendo força", diz. Detalhe: o presidente da Câmara se machucou durante um jogo de futebol, após pisar na bola.

Rotina de oposição
O deputado Babá, da esquerda do PT, vai mandar nova carta, a segunda, à direção do partido pedindo o afastamento do presidente do BC, Henrique Meirelles. Desta vez, por ele ter lucrado com ações do BankBoston.

Contato além-mar
Gilberto Gil (Cultura) vai aproveitar sua participação no Festival de Jazz da Cidade do Cabo, na África do Sul, no final deste mês, para se encontrar com Nelson Mandela.

Pauta legislativa
A senadora Serys Slhessarenko (PT) vai propor a criação de uma taxa (de 1% de transações financeiras) para dificultar a especulação cambial. Seu projeto é baseado nos estudos do economista James Tobin, prêmio Nobel, que morreu em 2002.

TIROTEIO

Do presidente da OAB-SP, Carlos Miguel Aidar, sobre Sarney ter arquivado pedido de investigação de ACM, alegando que um senador só pode ser cassado, em caso de crime comum ocorrido antes do mandato, após condenação pelo STF:
- A questão ética independe de o político ter ou não o cargo eletivo. Não é porque alguém se torna senador que o fato deixa de ser antiético. O argumento do presidente do Senado, José Sarney, é político, não jurídico.

CONTRAPONTO

Política Peter Pan

A eleição para a Prefeitura de Campinas, em 2000, causou polêmica mesmo depois de seu término. Derrotado, o candidato do PDT, doutor Hélio, foi à televisão criticar os petistas. Em um de seus ataques, os acusou de serem "bagunceiros".
O candidato vitorioso, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, que começou a campanha em quarto lugar e ganhou o cargo no segundo turno, foi assassinado em setembro de 2001.
O ataque do doutor Hélio dividiu a cidade e chegou até a alguns colégios mais politizados.
Na escola Comunitária, durante um debate em sala de aula sobre as acusações do candidato do PDT, a estudante Clara Tavares, então com oito anos, deu o tom às críticas:
- Meu pai é PT e não é bagunceiro. Minha mãe é PT e não é bagunceira. E eu, bem, sou criança, sou bagunceira, sou PT e sou muito feliz.


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