|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-combatente
usou mais de
80 codinomes
DA AGÊNCIA FOLHA
Michéias Gomes de Almeida,
65, que fez parte da guerrilha
do Araguaia, diz que, com os
trabalhos de escavação realizados pelo grupo enviado a Xambioá, "a luta dos guerrilheiros
continua viva".
Almeida, que viveu cerca de
22 anos na clandestinidade
após fugir do Pará, em 1975,
tempo em que usou, segundo
ele, mais de 80 codinomes, entre eles o de Zezinho do Araguaia, disse que, com os depoimentos de ex-militares, será
mais fácil achar os corpos.
Almeida diz ter chegado ao
Pará em 1971, após uma passagem pela China para um curso
de capacitação política para integrantes do PC do B. Engajado
ao movimento desde o começo
da década de 60, o ex-guerrilheiro foi à região do rio Araguaia ajudar no trabalho de
preparação militar dos integrantes da guerrilha que já estavam na região.
Com o início dos combates
entre militares e guerrilheiros,
no ano de 1972, Almeida conta
que viveu por mais de três anos
resistindo às Forças Armadas,
lutando na selva. Segundo ele,
quando os militares chegaram
ao Araguaia, os guerrilheiros
estavam em fase de preparação
para os combates.
O ex-guerrilheiro disse que,
já em São Paulo, não se lembrara de nada do que havia acontecido no passado. Ele só foi se recordar que havia sido um
guerrilheiro em 1997, após entrevista na TV da ex-guerrilheira Criméia Almeida.
"Sinto-me feliz em ver que os
militares estão, finalmente, colaborando no trabalho para finalmente elucidarmos essa história. Vivemos hoje, com certeza, um momento histórico para todo o povo brasileiro."
(JOSÉ EDUARDO RONDON)
Texto Anterior: Ex-militar confirma que guerrilheiros foram executados Próximo Texto: Frases Índice
|