São Paulo, domingo, 07 de março de 2004

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Ex-combatente usou mais de 80 codinomes

DA AGÊNCIA FOLHA

Michéias Gomes de Almeida, 65, que fez parte da guerrilha do Araguaia, diz que, com os trabalhos de escavação realizados pelo grupo enviado a Xambioá, "a luta dos guerrilheiros continua viva".
Almeida, que viveu cerca de 22 anos na clandestinidade após fugir do Pará, em 1975, tempo em que usou, segundo ele, mais de 80 codinomes, entre eles o de Zezinho do Araguaia, disse que, com os depoimentos de ex-militares, será mais fácil achar os corpos.
Almeida diz ter chegado ao Pará em 1971, após uma passagem pela China para um curso de capacitação política para integrantes do PC do B. Engajado ao movimento desde o começo da década de 60, o ex-guerrilheiro foi à região do rio Araguaia ajudar no trabalho de preparação militar dos integrantes da guerrilha que já estavam na região.
Com o início dos combates entre militares e guerrilheiros, no ano de 1972, Almeida conta que viveu por mais de três anos resistindo às Forças Armadas, lutando na selva. Segundo ele, quando os militares chegaram ao Araguaia, os guerrilheiros estavam em fase de preparação para os combates.
O ex-guerrilheiro disse que, já em São Paulo, não se lembrara de nada do que havia acontecido no passado. Ele só foi se recordar que havia sido um guerrilheiro em 1997, após entrevista na TV da ex-guerrilheira Criméia Almeida.
"Sinto-me feliz em ver que os militares estão, finalmente, colaborando no trabalho para finalmente elucidarmos essa história. Vivemos hoje, com certeza, um momento histórico para todo o povo brasileiro." (JOSÉ EDUARDO RONDON)



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