FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Na mesma investigação que levou ao indiciamento do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência Waldomiro Diniz por prevaricação, a Polícia Federal apura supostas ligações entre os bingos e o jogo do bicho.
Até agora, a PF já sabe que um dos sócios do bingo Barra Mansa, César Andrade de Lima Souto, é sobrinho do bicheiro Castor de Andrade, que morreu em 1997.
César Andrade foi condenado em 1999 a nove anos de prisão por corrupção no processo conhecido como "lista do bicho". Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, os bicheiros organizaram um fundo para pagar propinas a policiais e autoridades. A lista foi apreendida em 1994.
Dos 32 acusados, Andrade foi um dos três condenados. Ficou em liberdade após pagar fiança. Sua defesa recorreu, e o caso está no Supremo Tribunal Federal.
No inquérito sobre o bingo Barra Mansa, Andrade foi indiciado por crimes como falsidade ideológica e formação de quadrilha. Além dele, cerca de 20 empresários de bingos foram indiciados pelos mesmos crimes.
Waldomiro foi indiciado por prevaricação em outro inquérito, o do bingo Scala, por falhas na fiscalização da contabilidade da casa quando presidiu a Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) entre 2001 e 2002. A PF investiga se houve também corrupção.
A PF já descobriu irregularidades na contabilidade de vários bingos e questiona os dados da Associação de Bingos do Rio de que as casas geram 6.000 empregos diretos e 15 mil indiretos. Para o delegado Hebert Mesquita, responsável pela investigação, seriam 1.500 empregos diretos.
A Associação de Bingos reafirmou, em nota oficial, os 6.000 empregos diretos e 15 mil indiretos. Informou ainda que atua para coibir a lavagem de dinheiro.
Um dos advogados de César Andrade no processo da lista do bicho, Fernando Guimarães, disse que, embora não esteja atuando no inquérito dos bingos, tentaria entrar em contato com seu cliente, mas não foi mais localizado até a conclusão desta edição.



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