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SOMBRA NO PLANALTO
Ministério Público Federal pede que PF abra inquérito para apurar suposto prejuízo de R$ 100 mi causado pelo banco à União
Caixa sonegou documentos, diz procurador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal
acusa a Caixa Econômica Federal
de sonegar documentos e de ter
provocado prejuízo de "mais de
R$ 100 milhões" aos cofres públicos ao renovar por 25 meses, em
abril de 2003, um contrato com a
GTech, empresa responsável pelo
sistema de loterias do país.
Diante disso, o procurador da
República Marcelo Serra Azul pediu anteontem à Polícia Federal
abertura de inquérito para apurar
o caso. A Procuradoria afirma que
a direção da Caixa, no ano passado, omitiu a ele documentos referentes ao contrato de renovação,
investigado pelo procuradores
por suspeita de irregularidades.
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da Caixa disse
não ter conhecimento do pedido
de abertura de inquérito, razão
pela qual não seria possível comentar as diligências requisitadas. Representantes da GTech
não foram localizados.
Em ofício enviado anteontem
ao superintendente da PF no Distrito Federal, delegado Euclídes
Silva Filho, Serra Azul afirma ter
recebido de um jornalista da revista "Época" documentos referentes ao contrato de renovação
que não constam da papelada repassada pela Caixa ao MPF no
ano passado. O delegado não foi
localizado pela reportagem.
Segundo o procurador, a "nova" documentação aponta a "concordância expressa" da GTech em
firmar um contrato de seis meses
com a Caixa a partir de abril de
2003. Com isso, diz ele, a empresa
de informática renunciaria à batalha judicial que travam na Justiça
Federal. A exigência da Caixa em
obter um desconto de 25% sobre
o contrato anterior (2000) teria
inviabilizado a assinatura no formato de seis meses.
O Ministério Público Federal,
por meio de Serra Azul, sugere à
PF verificar se a direção da Caixa
pode ser enquadrada no artigo
305 do Código Penal, que prevê
pena reclusão de dois a seis anos e
multa. O artigo fala em "destruir,
suprimir ou ocultar" documento
público. É pedida também a convocação do presidente da Caixa,
Jorge Mattoso.
O Ministério Público Federal investiga o contrato da Caixa com a
GTech em seis procedimentos
-totalizando 15 volumes e mais
de 2.000 folhas.
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