São Paulo, terça-feira, 07 de março de 2006

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Jucá nega vínculo com "mensalão"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), vice-líder do governo no Senado, usou a tribuna da Casa ontem para negar seu envolvimento com o esquema do "mensalão" e pedir providências à Polícia Federal, à Corregedoria do Senado e à CPI dos Correios.
De acordo com reportagem do jornal "Correio Braziliense" publicada no domingo passado, o motorista Roberto Jefferson Marques, ex-funcionário do gabinete de Jucá, teria confessado, numa fita gravada por um interlocutor não identificado, o saque de R$ 50 mil da conta do empresário Marcos Valério de Souza na agência do Banco Rural em Brasília.
Jucá disse ser "vítima de uma armação" arquitetada por adversários regionais (ele é pré-candidato ao governo de Roraima) e pediu o apoio dos colegas senadores. "Se estão fazendo isso comigo, vão querer fazer também em qualquer outro Estado. Essa matéria é muito estranha", disse Jucá, que pretende processar o jornal e os autores da reportagem.
Jucá afirmou que um assessor do atual governador de Roraima, Otomar Pinto, seria responsável pela "armação". Segundo ele, Joaquim Pinto Souto Maior Neto teria oferecido R$ 350 mil para que Roberto Marques admitisse o saque no Banco Rural. Neto negou ter feito tal oferta. Disse que Marques procurou-o para fazer as denúncias, e ele resolveu gravar a conversa para que houvesse uma investigação sobre suas alegações.
No mesmo dia em que a edição do "Correio Braziliense" circulou, no último domingo, Marques procurou a Polícia Federal em Roraima para afirmar que teria sido "orientado" a ler o texto da fita gravada que narra o saque no Banco Rural. Ele negou ter feito saques em benefício de Jucá.
Hoje Marques trabalha na Prefeitura de Boa Vista (RR), comandada pela mulher de Jucá, Tereza.
Na fita divulgada no domingo, Marques afirma ser o responsável por um saque ocorrido em Brasília, em 2004. Investigadores da CPI dos Correios dizem que a autorização para saque atribuída a "Roberto Marques" ocorreu na agência do Rural da av. Paulista, em São Paulo. Na última hora, um funcionário da Bônus-Banval sacou no lugar de Marques.


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