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Ações judiciais são "só o começo", diz Paulinho
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo
Pereira da Silva (PDT-SP), o
Paulinho, disse ontem que vai
se reunir na segunda-feira com
advogados para discutir as
ações que serão movidas por
ele e filiados à central contra a
Folha e o jornal "O Globo".
Anteontem, Paulinho disse
que processará a Folha e "O
Globo" em 20 Estados devido à
série de reportagens que os veículos publicaram sobre repasse
de verba do Ministério do Trabalho para a central. A intenção é análoga à estratégia dos
fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, que entraram com
várias ações semelhantes.
Segundo ele, se o número de
ações não for suficiente para
que os jornais parem com as reportagens, os sindicalistas irão
ingressar com ações, de 1.000 a
2.000, em todo o país. "Na segunda-feira, vai ter reunião
com os advogados. A partir de
então, vou ingressar [na Justiça] e as estaduais da Força vão
ingressar em cada um dos Estados", disse à Folha. Segundo
ele, as ações serão "apenas o
começo" do que a Força pretende fazer, e ameaçou: "Depende do que vocês fizerem".
Também se queixou da Folha. "Sempre tive uma boa relação com o senhor Frias [Octavio Frias de Oliveira, publisher
da Folha morto em 29 de abril
de 2007], lamento que seja preciso chegar a esse ponto, não
sei quem é lá que está levando a
essa situação. O dr. Frias era
meu conselheiro, não fazia nada sem perguntar para ele, lamento que o jornal que ele deixou, trabalhou a vida inteira,
está indo para esse caminho, de
ficar atacando os outros."
"Como o jornal está fazendo
putaria comigo, vou responder
com putaria", disse. "Na hora
que doer no bolso dele [do jornal], ele vai ter que me ouvir. Se
ele não me ouve, vai ter que ser
desse jeito", completou o deputado, sobre sua intenção ao estimular filiados da central a ingressarem com ações na Justiça contra a Folha e "O Globo".
Sobre os alertas da OAB e de
juristas, de que a Força pode
ser processada por estimular
ações pelo país, afirmou: "Vamos ver. O que não vou aceitar
mais é que eu falo, falo, peço
para responder, falo que a Força não tem convênio com o Ministério do Trabalho nem com
nenhum ministério, mando
cartinha e não se publica".
O deputado disse que a Força
tem 16 milhões de filiados e
que as denúncias constrangem
os sindicalizados. "Quando vocês me esculhambam, afetam
as pessoas, quando a Folha fala
que a Força está fazendo corrupção, companheiros do Brasil inteiro têm dificuldade de
explicar. Quando acusam, têm
que levar em conta isso."
Ele disse que enviou "várias"
cartas à Folha explicando denúncias que foram publicadas
e que o jornal publicou "apenas" duas delas. "Tentamos falar com a chefe de Redação, que
não nos atendeu. Os dirigentes
mandaram [cartas], e eles não
responderam", afirmou.
"Depois das cartas, a Folha
continuou dizendo que tínhamos um prédio e convênio com
o governo. Foram publicadas
duas [cartas] de todos os pedidos. Tinham mais cartas."
Paulinho disse que o PDT
não teve participação na decisão da Força de processar os
jornais. "Faço isso como pessoa
física, como cidadão que está se
sentindo ofendido pelo jornal e
não consegue responder."
Nota da Redação - A Folha
apenas praticou jornalismo. O jornal publicou as
duas cartas que recebeu do
presidente da Força Sindical e fez renovados pedidos
de entrevistas. A editora-executiva, Eleonora de Lucena, não foi procurada pelo sindicalista.
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