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CNA quer mostrar ligação de MST com ONGs
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a senadora
Kátia Abreu (DEM-TO) encomendou um trabalho de campo
para buscar provas da ligação
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
com as entidades que recebem
recursos do governo.
Para a CNA, os sem-terra
usam esse dinheiro público para financiar invasões de terra.
Segundo o plano de Kátia
Abreu, a CNA irá contratar uma
pessoa por Estado. Num prazo
de oito meses, cada uma delas
buscará qualquer tipo de evidência que ligue o MST a essas
entidades, como movimentação financeira, fontes de recursos, formas de captação, registros contábeis, listas de dirigentes, endereços, encargos
trabalhistas, entre outros.
"Vamos vasculhar tudo, cada
papelzinho, cada bilhetinho",
disse a presidente da CNA à Folha. Ao final do trabalho de coleta das provas, o material será
reunido e fará parte de uma
ação judicial para buscar a personalização jurídica do MST.
Sem CNPJ, o movimento não
pode receber recursos em convênios com o governo, como de
educação, infraestrutura, cultura e assistência técnica. Por
conta disso, criou diversas associações e cooperativas pelo
país, como a Anca (Associação
Nacional de Cooperação Agrícola) e a Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária) -essas de abrangência nacional.
Ontem, a Folha revelou que,
segundo o TCU (Tribunal de
Contas da União), os R$ 8,2 milhões em verbas da Educação
repassadas à Anca em 2003 e
2004, R$ 7,3 milhões foram depois distribuídos a secretarias
regionais do movimento.
Anteontem, o líder do DEM
na Câmara, o ruralista Ronaldo
Caiado (GO), encaminhou ao
ministro Guilherme Cassel
(Desenvolvimento Agrário) requerimento pedindo explicações sobre repasses realizados
pelo governo para entidades,
que, segundo ele, podem ser ligadas ao MST. A assessoria técnica do DEM divulgou levantamento que mostra que 26 entidades receberam, só em 2008,
R$ 42 milhões da União.
A suspeita é que o repasse tenha aumentado a partir de
2006, como forma de compensar a queda na destinação de
recursos a outras entidades.
(EDUARDO SCOLESE)
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