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PF investiga mudança de depoimento no MA
Estudante, que disse ter vendido voto a Jackson Lago, declarou depois ter sido paga por grupo de Roseana
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal do Maranhão está investigando desde
agosto de 2008 uma estudante
que declarou ter vendido seu
voto para beneficiar o então
candidato ao governo Jackson
Lago (PDT) na eleição de 2006
e depois voltou atrás em depoimento à própria PF.
A compra de votos para a
candidatura de Lago, investigada pela PF a partir da apreensão de R$ 17 mil no dia da eleição, foi um dos pontos citados
no recurso contra a expedição
de diploma apresentado pela
coligação da senadora Roseana
Sarney (PMDB), responsável
pela cassação de Lago no TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
A mudança na declaração foi
citada pelo ministro do TSE
Marcelo Ribeiro no julgamento
de Lago, na última terça, como
um dos elementos para julgar
improcedente, em seu voto, o
recurso contra o governador
-o recurso acabou sendo julgado procedente por 5 votos a 2.
O inquérito foi instaurado
pela PF em Imperatriz (MA)
em 2008 e está sob sigilo. A PF
apura as circunstâncias em que
a estudante fez as afirmações.
Inicialmente, Sara Oliveira
da Costa declarou em cartório
ter recebido R$ 100 para votar
em Lago. Ela disse ter sido
abordada pelo vereador João
Menezes, dono do carro onde o
dinheiro foi apreendido.
Além da estudante, outras
três pessoas declararam ter
vendido seu voto. Eles não modificaram seus depoimentos.
Em julho de 2008, ela foi à
Procuradoria Eleitoral para
mudar a versão. Foi encaminhada à PF. Neste depoimento,
disse ter recebido R$ 300 mensais para incriminar Lago e ter
sido instruída pelo advogado
Heli Dourado, que representou
a senadora Roseana Sarney no
recurso contra Lago.
Ontem, o advogado negou
que tenha instruído a estudante. Disse que, ao saber do segundo depoimento, foi procurá-la. Segundo Dourado, a jovem disse então que recebera
R$ 20 mil de pessoas ligadas a
Lago para mudar o depoimento. O advogado disse que registrou em vídeo a "confissão".
O advogado Daniel Leite, que
representa Lago, negou que ela
tenha sido cooptada pelo grupo
do governador. Ele disse não
ter visto o vídeo, mas questiona
quando foi gravado. Para Leite,
pode ter sido feito antes mesmo do segundo depoimento.
A reportagem não conseguiu
localizar a estudante ontem.
Segundo Dourado, Sara não foi
ouvida como testemunha no
recurso que cassou Lago. Menezes, que foi ouvido como testemunha, negou que usaria o
dinheiro para comprar voto.
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