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Ensino apresenta piora;
saúde mostra avanços
DA SUCURSAL DO RIO
É consenso entre especialistas
consultados pela Folha que Anthony Garotinho não deu prioridade à educação em seu governo.
Ele contesta essa avaliação.
O relatório sobre os três anos de
governo apresentado pela empresa de consultoria Ernst & Young,
com dados oficiais, mostra que a
taxa de repetência no ensino fundamental aumentou de 10,58%
em 2000 para 15,17% no ano passado. Não há dados disponíveis
ainda sobre a taxa de repetência
no ensino médio no ano passado.
A piora dos indicadores de qualidade de ensino no Estado já havia sido apontada pelo Censo Escolar do Ministério da Educação,
que mede o desempenho do conjunto das escolas públicas e privadas. Ele apontou uma taxa de repetência de 24,2% no ensino fundamental e de 23,6% no ensino
médio em 2000.
Garotinho sustenta que a piora
dos indicadores de repetência no
Estado mostrada no censo refletiria apenas a situação das redes
municipal e privada. Segundo ele,
a repetência no ensino médio estadual foi de 8,18% em 2000.
Projeto Nova Escola
A consultora de ensino Maria
Cristina Leal, contratada pelo
Banco Mundial para fazer um
diagnóstico da rede pública estadual, diz que o projeto Nova Escola, criado há dois anos por Garotinho para avaliar o desempenho
do ensino, aponta 13% de repetência em 2000 no ensino médio.
Ela considera o projeto Nova
Escola a única iniciativa de repercussão do governo Garotinho na
educação. Mesmo assim, afirma,
os resultados são pequenos. O
programa dá gratificação salarial
de R$ 100 a R$ 500 por mês aos
professores, de acordo com avaliação recebida pela escola.
Lincoln Araújo, subsecretário
de Educação nos dois primeiros
anos do governo, indicado pelo
PT, diz que Garotinho não resolveu o problema crônico da falta
de investimentos no ensino médio. Ele cita, como exemplo, o
funcionamento de escolas em
prédios alugados.
Garotinho diz que não construiu escolas porque existe espaço
ocioso na rede municipal, que pode ser compartilhado. Na gestão
dele, o número de matrículas no
ensino médio cresceu 51,85%, enquanto no ensino fundamental
caiu 7,54%. A inversão se dá porque o Estado, pela Constituição, é
responsável pelo ensino médio,
enquanto o ensino fundamental é
da alçada municipal.
Saúde
Na área da saúde, os especialistas avaliam que o resultado foi
mais positivo do que na educação.
Um dos grandes problemas do
início do governo era a mortalidade neonatal, por falta de vagas em
UTI nos hospitais públicos. O Estado reconheceu o erro perante o
Ministério Público e assinou um
termo de ajustamento de conduta
em janeiro de 2000.
Segundo o secretário de Saúde,
Gilson Cantarino O'Dwyer, foram
investidos R$ 45 milhões em assistência neonatal. A mortalidade,
em dois anos, baixou de 15 para
11,8 por mil nascidos vivos.
(EL)
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