São Paulo, domingo, 07 de abril de 2002

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Ensino apresenta piora; saúde mostra avanços

DA SUCURSAL DO RIO

É consenso entre especialistas consultados pela Folha que Anthony Garotinho não deu prioridade à educação em seu governo. Ele contesta essa avaliação.
O relatório sobre os três anos de governo apresentado pela empresa de consultoria Ernst & Young, com dados oficiais, mostra que a taxa de repetência no ensino fundamental aumentou de 10,58% em 2000 para 15,17% no ano passado. Não há dados disponíveis ainda sobre a taxa de repetência no ensino médio no ano passado.
A piora dos indicadores de qualidade de ensino no Estado já havia sido apontada pelo Censo Escolar do Ministério da Educação, que mede o desempenho do conjunto das escolas públicas e privadas. Ele apontou uma taxa de repetência de 24,2% no ensino fundamental e de 23,6% no ensino médio em 2000.
Garotinho sustenta que a piora dos indicadores de repetência no Estado mostrada no censo refletiria apenas a situação das redes municipal e privada. Segundo ele, a repetência no ensino médio estadual foi de 8,18% em 2000.

Projeto Nova Escola
A consultora de ensino Maria Cristina Leal, contratada pelo Banco Mundial para fazer um diagnóstico da rede pública estadual, diz que o projeto Nova Escola, criado há dois anos por Garotinho para avaliar o desempenho do ensino, aponta 13% de repetência em 2000 no ensino médio.
Ela considera o projeto Nova Escola a única iniciativa de repercussão do governo Garotinho na educação. Mesmo assim, afirma, os resultados são pequenos. O programa dá gratificação salarial de R$ 100 a R$ 500 por mês aos professores, de acordo com avaliação recebida pela escola.
Lincoln Araújo, subsecretário de Educação nos dois primeiros anos do governo, indicado pelo PT, diz que Garotinho não resolveu o problema crônico da falta de investimentos no ensino médio. Ele cita, como exemplo, o funcionamento de escolas em prédios alugados.
Garotinho diz que não construiu escolas porque existe espaço ocioso na rede municipal, que pode ser compartilhado. Na gestão dele, o número de matrículas no ensino médio cresceu 51,85%, enquanto no ensino fundamental caiu 7,54%. A inversão se dá porque o Estado, pela Constituição, é responsável pelo ensino médio, enquanto o ensino fundamental é da alçada municipal.

Saúde
Na área da saúde, os especialistas avaliam que o resultado foi mais positivo do que na educação. Um dos grandes problemas do início do governo era a mortalidade neonatal, por falta de vagas em UTI nos hospitais públicos. O Estado reconheceu o erro perante o Ministério Público e assinou um termo de ajustamento de conduta em janeiro de 2000.
Segundo o secretário de Saúde, Gilson Cantarino O'Dwyer, foram investidos R$ 45 milhões em assistência neonatal. A mortalidade, em dois anos, baixou de 15 para 11,8 por mil nascidos vivos. (EL)


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