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Depoimento revela linha de apuração
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao tentar tomar anteontem o
depoimento do ex-assessor especial do ex-ministro Antonio Palocci Marcelo Netto, investigado
por participação no vazamento
dos extratos do caseiro, o delegado da Polícia Federal Rodrigo
Carneiro Gomes questionou se foi
feita proposta para que empregados da Caixa assumissem responsabilidade pela quebra do sigilo.
Netto permaneceu em silêncio,
mas as perguntas que foram feitas
ao ex-assessor ficaram registradas
entre os documentos do inquérito. O delegado também perguntou ao ex-assessor se o ex-ministro "solicitou ou pressionou" para
que fossem tomadas providências
administrativas junto ao Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Receita Federal, Polícia Federal ou outros órgãos de investigação "ou se contratou detetive".
O depoimento do secretário de
Direito Econômico do Ministério
da Justiça, Daniel Goldberg, deixa
claro que Palocci abordou autoridades sobre a possibilidade de a
Polícia Federal entrar no caso na
mesma noite em que o caseiro teve o sigilo bancário violado.
Segundo o relato feito por Goldberg, na noite de 16 de março,
quando ex-presidente da Caixa
Econômica Federal Jorge Mattoso
entregou a Palocci os extratos
bancários, o ex-ministro estava
"contente, entusiasmado" com as
informações de uma suposta reportagem em apuração pelo jornal "O Globo" de que o caseiro teria recebido cerca de R$ 40 mil para testemunhar contra ele.
A Marcelo Netto o delegado
perguntou sobre uma suposta
discussão entre Mattoso e Palocci
sobre "as conseqüências da divulgação dos extratos do sr. Francenildo". E ainda se "presenciou ou
escutou" discussão entre Palocci e
o ministro Marcio Thomaz Bastos (Justiça) quanto às repercussões da quebra do sigilo bancário.
Marcelo Netto se comprometeu
a responder à PF depois que tivesse acesso a detalhes do inquérito.
Ontem, o advogado Eduardo Toledo disse que a data do depoimento não estava marcada.
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